Cerca de 64 pessoas morreram nos incêndios florestais do verão deste ano, o pior desastre natural do país no passado recente
Por Redação, com Reuters - de Mação, Portual:
Grandes partes do interior de Portugal são lugares desolados atualmente, com árvores queimadas até onde a vista alcança e um cheiro acre pairando no ar.
Cerca de 64 pessoas morreram nos incêndios florestais do verão deste ano, o pior desastre natural do país no passado recente. Três meses após o mais grave deles, é difícil imaginar alguma coisa voltando a crescer nas colinas nos arredores de cidades como Mação.
No cerne da questão estão tradições antigas de administração da terra; composta principalmente de lotes pequenos que se tornaram um risco de incêndio; desde que foram abandonados por gerações mais novas de proprietários de terrenos que se mudaram para as cidades.
Os moradores
Os moradores locais dizem que precisam que o governo ajude a transformar os lotes em unidades economicamente viáveis; que darão aos donos ausentes um incentivo para construir barreiras corta-fogo; e limpar a vegetação rasteira altamente inflamável e os eucaliptos selvagens.
– Precisamos de uma grande revolução para fazer com que isso não volte a acontecer. Mas não sei se alguém a fará – disse Paula Fernandez, prefeita do vilarejo de Castelo, atingido um dia depois que os incêndios tiveram início ao norte de sua paróquia em junho.
A própria Paula e dois colegas combateram as chamas com um pequeno caminhão de água porque os bombeiros nunca apareceram. Eles salvaram o vilarejo, mas não a floresta circundante; parte dos 45 mil hectares destruídos só naquela área em meros cinco dias.
Prejuízo
Incentivado a agir devido às fatalidades e ao 1 bilhão de euros de prejuízo com os incêndios; o governo concordou em criar um arcabouço legal para fundir os lotes que incluirá um cartório central, fundos federais e incentivos fiscais para proprietários de terras.
O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luis Capoulas Santos; disse à agência inglesa de notícias Reuters que sua pasta tem 600 milhões de euros disponíveis para uma recuperação florestal até 2020.
Haverá “um pacote de benefícios fiscais generoso e atraente que almeja incentivar e estimular a criação destas entidades”; disse ele em um email.