O Comitê Central (CC) do PCdoB lançou, no último dia 05 de novembro, a pré-candidatura da Deputada Manuela D’Avila à Presidência da República. Foi uma decisão tomada com a cautela e a responsabilidade que é própria do órgão máximo de direção do Partido e amadurecida ao longo dos tempos, após longos e profícuos debates
Por Eron Bezerra - de Brasília:
A estrondosa repercussão dessa decisão, tanto entre os militantes como no conjunto da sociedade, não chega a ser uma surpresa aos analistas mais atentos. Mas nos permite ter a necessária dimensão do enorme vazio político que atualmente existe, especialmente a partir da sistemática criminalização da política e do rompimento do estado democrático de direito, expresso pela via do golpe e pela heterodoxia judiciária.
Assim, é cada vez mais crescente o sentimento de que é preciso algo novo; aqui entendido como algo que vai muito além do mero aspecto físico e mesmo da trajetória política tradicional.
O que as pessoas querem é de fato novas ideias, novas práticas e pessoas que elas identifiquem; como capazes e determinadas a perseguir e executar essas ideias. A política é feita por simbolismos!
Candidatura de Manuela
O “sucesso” da candidatura de Manuela, portanto, decorre exatamente disso. Ela, melhor do que ninguém; representa esse simbolismo, uma alternativa completamente distinta de tudo o que está posto como opção até o presente. É jovem, talentosa e eficiente no que faz.
Manuela é de um partido com um claro projeto de nação. Um partido com longa trajetória em defesa da soberania nacional; dos direitos dos trabalhadores e do desenvolvimento da sociedade. Isso lhe confere a necessária credibilidade para dialogar com todos os setores da sociedade que efetivamente anseiam por soberania, progresso; desenvolvimento e a construção de uma sociedade tolerante.
Sua candidatura não é apenas mais uma opção. Representa um divisor entre tudo o que temos até o presente; com a vantagem de que Manuela ainda pode servir de polo de atração para milhares de jovens desesperançosos e revoltados que tem buscado opção na extrema direita.
Gestão
Manuela, por fim, é ajudada pela excelente gestão que o governador comunista Flavio Dino faz no Maranhão; assim como pelos inegáveis avanços, em todos os terrenos, que várias experiências socialistas têm obtido mundo afora; como na China, em Cuba, Coréia do Norte, Vietnã, que teimaram em não acreditar na heresia fascista do “fim da história” e continuaram trabalhando para se tornarem nações soberanas e prosperas.
Ademais, há muito o PCdoB deseja apresentar ao povo as suas próprias ideias, o que tem sido limitado pela necessidade de alianças que, naturalmente, não expressam o nosso programa.
É por tudo isso que a candidatura foi recebida com tanto entusiasmo, dos pampas gaúchos a selva amazônica, passando pela pujança industrial do Sudeste, da tenacidade e criatividade do povo nordestino e da exuberância do agronegócio de nosso centro oeste.
Eron Bezerra, é professor da UFAM, Doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Coordenador Nacional da Questão Amazônica e Indígena do Comitê Central do PCdoB.