No voto vencedor, o ministro Luís Roberto Barroso disse acreditar na existência de indícios “induvidosos” de crimes cometidos por Neves. Aécio é acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça.
Por Redação, de Brasília
Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF1) decidiu, por 3 votos a 2, determinar o afastamento do presidente do PSDB do mandato de senador. Os magistrados determinaram, ainda, o recolhimento do réu à noite, em sua residência. Aécio Neves também precisará entregar o passaporte. Ele está proibido de deixar o país.
Trata-se de uma punição leve, diante das penas impostas ao ex-ministro e líder petista José Dirceu. Ele foi condenado a 30 anos de prisão, na manhã desta terça-feira. Esta é, porém, a primeira sentença a um réu tucano. Como consequência, o senador mineiro está, por hora, afastado da vida pública.
Indícios
No voto vencedor, o ministro Luís Roberto Barroso disse acreditar na existência de indícios “induvidosos” de crimes cometidos por Neves. Aécio é acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça, por pedir e receber R$ 2 milhões da JBS; além de ter atuado no Senado e junto ao Executivo para embaraçar as investigações da Lava Jato.
“Todos esses fatos, para minha maior surpresa e decepção, se passaram anos depois do julgamento da ação penal 470 (mensalão), três anos após a Lava Jato em curso, a demonstrar que as práticas continuam rigorosamente as mesmas. Estamos passando por tudo isso sem nenhum proveito, sem mudança no patamar ético da política no Brasil”, disse o ministro.
Votaram a favor de Aécio os ministros Marco Aurélio e Alexandre Moraes. E pela punição, Luiz Fux, Rosa Weber e Barroso.