De acordo com a PF, o nome da operação, Ouvidos Moucos, é uma referência à desobediência reiterada da administração da universidade
Por Redação, com ABr - de Brasília:
O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, é uma das sete pessoas presas pela Operação Ouvidos Moucos da Polícia Federal (PF), em cumprimento a mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Santa Catarina. A operação foi deflagrada nesta quinta-feira para desarticular uma organização criminosa que desviava recursos destinados a cursos da Educação a Distância da UFSC.
A UFSC, por meio de nota, informou que a instituição foi surpreendida com a prisão do reitor esta manhã. “Em razão da operação da Polícia Federal, executada na manhã desta quinta-feira; a Administração Central da UFSC manifesta que foi tomada por absoluta surpresa; com a condução do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo; que no momento está acompanhado pelo Secretário de Aperfeiçoamento Institucional, Luiz Henrique Cademartori, na Superintendência da PF em Florianópolis”.
A nota de ainda que a vice-reitora, Alacoque Lorenzini Erdmann, está em missão no exterior e; por isso, o pró-reitor Rogério Cid Bastos assumiu interinamente a reitoria. A UFSC ressalta que a administração central da universidade tinha conhecimento dos procedimentos de apuração; conduzidos pela Corregedoria-Geral da UFSC; sobre supostas irregularidades ocorridas em projetos executados desde 2006 e que vinha agindo com "transparência e colaboração" para a apuração dos fatos.
UFSC
– Sempre mantivemos a postura de transparência e colaboração; no sentido de permitir a devida apuração de quaisquer fatos de modo a atender as melhores práticas de gestão. Por fim, aguardamos mais informações sobre a operação da PF para apresentar à comunidade universitária e à sociedade os esclarecimentos devidos – conclui a nota da UFSC.
A Operação Ouvidos Moucos, deflagrada PF em conjunto com Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União; está executando sete mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão; em endereços em Florianópolis, Itapema (SC) e Brasília. A operação policial tem como foco repasses que totalizam cerca de R$ 80 milhões.
Investigações
– As investigações começaram a partir de suspeitas de desvio no uso de recursos públicos em cursos de Educação a Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UFSC – diz a nota divulgada pela PF. Um dos alvos da ação dos policiais é um depósito de documentos ainda não analisados pelos órgãos de fiscalização localizado na região norte de Florianópolis, distante do campus da universidade.
De acordo com a PF, o nome da operação, Ouvidos Moucos, é uma referência à desobediência reiterada da administração da universidade aos pedidos e recomendações dos órgãos de fiscalização e controle.