A estimativa é que, em um ano, a quadrilha ja tenha causado prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão às empresas. O objetivo da ação é cumprir sete mandados de prisão e nove de busca e apreensão na Baixada Fluminense.
Por Redação, com ACS e Poder360 - de Rio de Janeiro
Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) realizaram, nesta quarta-feira, uma operação contra integrantes de um grupo criminoso especializado em desvio de cargas de transportadoras.

A estimativa é que, em um ano, a quadrilha ja tenha causado prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão às empresas. O objetivo da ação é cumprir sete mandados de prisão e nove de busca e apreensão na Baixada Fluminense.
Até o momento, oito pessoas foram presas, sendo seis em cumprimento de mandado de prisão preventiva e duas em flagrante.
A investigação teve início em janeiro deste ano, após uma transportadora lesada ter relatado que um de seus motoristas teria retirado uma carga de alto valor da empresa e não a entregou aos destinatários. Foi realizada auditoria interna na empresa, que constatou que, além desse motorista, outros funcionários tinham agido da mesma forma.
Depois de o fato ser comunicado à DRFC, os agentes apuraram a existência de um grupo criminoso dos municípios de São João de Meriti e Belford Roxo, que aproveitava a fragilidade no processo de contratação de motoristas parceiros. A quadrilha fazia cadastros de candidatos utilizando telefones e comprovantes de residências falsos. Após aprovação junto à empresa, a quadrilha dava início à ação criminosa.
A investigação revelou que os motoristas deixavam de transportar as cargas para seus destinos, levando para pontos pré determinados pelo grupo, onde essas mercadorias eram pulverizadas. O funcionário retornavam à empresa com os recibos de entrega das mercadorias, mas, após algum tempo, o destinatário entrava em contato com a transportadora alegando não ter recebido o material. Interpelados, os motoristas alegavam que tinham efetuado a entrega, porém não voltavam a atender as ligações.
Em outros casos, os motoristas alegavam que tinham sido roubados, e faziam falsos registros de ocorrências em delegacias.
Segundo apurado, os motoristas, em sua maioria vindos dos municípios de origem do grupo, recebiam entre R$ 500 e R$ 1 mil, dependendo da quantidade de carga desviada. A quadrilha preferia carregamento de alimentos e produtos de baixo valor agregado, que não costumam ter rastreador e são de fácil pulverização. Esses produtos eram vendidos para comerciantes de pequenos estabelecimentos ou de feiras, como as de Acari, Honório Gurgel, São Cristóvão e Jardim América.
Cinco integrantes do grupo criminoso já haviam sido presos, o que motivou o aliciamento de novos motoristas para o esquema. Eles respondem por estelionato, receptação, associação criminosa e falsidade ideológica. As investigações prosseguem para identificar outros membros da quadrilha, além das pessoas que adquiriram essas mercadorias.
Foragidos da justiça
Policiais civis da 123ª DP (Macaé) e policiais militares capturaram, na terça-feira, dois foragidos da Justiça. Eles foram capturados durante uma ação conjunta no bairro Visconde de Araújo, em Macaé, após trabalho de inteligência.
Durante a ação, um agente da distrital identificou um dos foragidos, que estava na rua em companhia de outros dois homens. Com apoio de policiais militares, realizaram a abordagem aos indivíduos constatando que, contra dois deles, havia mandados de prisão em aberto.
Um dos homens, que responde por tráfico e associação para o tráfico, ofereceu suborno aos policiais, e também foi preso em flagrante pelo crime de corrupção ativa.
Os dois foram conduzidos para a sede da 123ª DP e depois encaminhados para um presídio.
Câmara vai ouvir secretários de segurança do Rio sobre milícias
Comissão dentro da Câmara dos Deputados convidará os secretários de Segurança Pública e de Polícia Civil do Rio para tratar da influência da milícia
A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou requerimentos para convidar o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Cesar dos Santos, e o secretário da Polícia Civil, Marcus Vinícius Fernandes, para tratar sobre como ambos os órgãos têm operado para lidar com a influência da milícia e do crime organizado. A data ainda não foi definida.
Os requerimentos foram apresentados pelo deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) e subscritos pelos deputados Sanderson (PL-RS) e Sargento Gonçalves (PL-RN).
Pastor Henrique Vieira justificou o convite citando a possível participação do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa na autoria intelectual do assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018.
– Foram seis anos e 10 dias de espera por uma resolução do crime, e esse longo tempo se justifica pela participação do então chefe da Polícia Civil no assassinato – disse o deputado Pastor Henrique Vieira.
Barbosa é investigado por suposta obstrução de justiça sobre o caso. O delegado de Polícia Civil foi nomeado chefe da Polícia Civil do RJ em 13 de março de 2018, um dia antes do assassinato de Marielle. Ele era coordenador da Divisão de Homicídios, onde mantinha um contato com a vereadora.
– Infelizmente, ele não é uma exceção. Embora existam muitos bons policiais em todas as forças de segurança, inclusive foi por ação destes que esse bárbaro crime foi elucidado, há uma relação entranhada entre as milícias, o crime organizado e agentes do Estado – acrescentou Vieira.