No início da década de 90, o mantra repetido à exaustão era o que os países deveriam ter, na pauta de seus produtos e serviços, somente aqueles para os quais o país tivesse “vantagem competitiva”. Com a descoberta do Pré-Sal, o petróleo e seus derivados passaram a ser produtos em que o Brasil tem grande vantagem competitiva.
Por Paulo Metri – de São Paulo
“Pilhagem” é o que está acontecendo no setor com a política de preço dos derivados de petróleo, adotada pelo governo brasileiro desde o governo Temer. Trata-se da política de preço de “Paridade do Produto Importado”, uma política irracional que só se mantém graças à máquina de propaganda ou de confusão das mentes dos brasileiros com argumentos enganosos.Petrobras
O azar dos neoliberais é grande, pois a Petrobras, empresa estatal, nesse momento, os desmente, produzindo petróleo, gás e derivados, mais baratos que os importados deles. A competição não tem ajudado em nada. Nesse ponto, entreguistas, que dirigiam o setor desde 2016, com ajuda estrangeira, resolveram estabelecer uma nova metodologia que garantisse uma “verdadeira competição” dos importados com os derivados nacionais, segundo eles. Trata-se de uma metodologia irracional, claramente injusta, que penaliza a Petrobras e os brasileiros. É injusta porque, nela, a Petrobras, apesar de produzir a totalidade do seu petróleo e boa parcela dos derivados no Brasil (com a dilapidação da empresa, não produz mais a totalidade deles), os importa “ficticiamente” do exterior e compete com os verdadeiros importados dos estrangeiros. Os meliantes poderiam ser mais autênticos se criassem um imposto para os produtos da Petrobras, o “imposto da traição”. Então, tudo acontece da seguinte forma. Os derivados produzidos no nosso solo e, “ficticiamente” importados, pagam o frete marítimo para trazê-lo “de brincadeirinha”, para um porto brasileiro, pagam o seguro deste transporte “fictício” e as taxas alfandegarias neste porto “do faz de conta”. Tudo isso, além da influência “irreal” do valor do dólar à época, que o produto nacional “não está exposto”. Sobre o caso brasileiro da política de preços dos derivados, ficou provado que a “competição” trouxe derivados bem mais caros para nossos consumidores, ao contrário do que diziam os neoliberais. Isto seria engraçado, se não acarretasse o atual reflexo trágico na sociedade brasileira.Paulo Metri, é engenheiro.
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