De acordo com nota da Polícia Federal, o apartamento, onde foram encontradas pelo menos oito malas e cinco caixas de notas de reais
Por Redação, com Reuters - de Salvador:
A Polícia Federal encontrou nesta terça-feira um apartamento em Salvador com malas de dinheiro que supostamente pertencem ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, na terceira fase da operação Cui Bono, que investiga o pagamento de propinas em troca de facilitação de empréstimos pela Caixa Econômica Federal.
De acordo com nota da PF, o apartamento, onde foram encontradas pelo menos oito malas e cinco caixas de notas de reais; foi localizado a partir de informações coletadas nas fases anteriores da operação.
– Após investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da operação Cui Bono; a PF chegou a um endereço em Salvador que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como ‘bunker’ para armazenagem de dinheiro em espécie – diz a nota da PF.
A grande quantidade de dinheiro encontrada no local foi levada a um banco; contada e depositada em uma conta judicial, segundo a nota.
Governo de Michel Temer
Ex-ministro do governo de Michel Temer, Geddel foi preso em 3 de julho; acusado de tentar pressionar doleiro Lúcio Funaro para evitar que ele fizesse uma delação premiada. Geddel; é acusado de intermediar a facilitação de crédito para empresas na Caixa quando era diretor de Pessoa Jurídica do banco.
O ex-ministro foi solto 10 dias depois para cumprir prisão domiciliar e continua em casa, em Salvador.
Operação Cui Bono
A primeira fase da Operação Cui Bono foi deflagrada pela PF em 13 de janeiro deste ano. Ela investigou esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013. De acordo com a investigação, entre março de 2011 e dezembro de 2013, a vice-presidência de Pessoa Jurídica da instituição era ocupada por Geddel Vieira Lima.
A investigação da Operação Cui Bono, expressão latina que em português significa “a quem beneficia?” É um desdobramento da Operação Catilinárias; deflagrada em dezembro de 2015, no âmbito da Operação Lava Jato, quando policiais federais encontraram um telefone celular na residência do então presidente da Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ); que revelou intensa troca de mensagens eletrônicas entre Cunha e Geddel. A operação tinha a finalidade de evitar que provas importantes fossem destruídas por investigados da Lava Jato.
À Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Geddel e aguarda retorno.