Kuczynski vem repetindo que não há nada de irregular nos laços comerciais recentemente revelados, e que ele antes negou ter, com a empreiteira Odebrecht
Por Redação, com Reuters - de Lima:
Uma parlamentar destacada de oposição pediu que o vice-presidente do Peru, Martin Vizcarra, governe o país se o Congresso destituir o presidente Pedro Pablo Kuczynski devido a alegações de corrupção.
Partidos políticos suficientes se comprometeram a apoiar uma moção para afastar Kuczynski em uma votação programada para esta terça-feira no Congresso; que tem maioria opositora. O presidente nega ter cometido qualquer irregularidade.
Kuczynski vem repetindo que não há nada de irregular nos laços comerciais recentemente revelados; e que ele antes negou ter, com a empreiteira Odebrecht, que está no cerne do maior escândalo de corrupção da América Latina.
Se Kuczynski sair, Vizcarra estaria autorizado a cumprir o restante de seu mandato; que teve início em 2016 e dura até 2021.
A parlamentar Luz Salgado negou que seu partido Força Popular; que tem maioria no Congresso unicameral peruano; tentaria derrubar Vizcarra, como aventado por oponentes.
– Se ele (Vizcarra) fizer o trabalho bem e assumir o papel que a história lhe está oferecendo, terá nosso apoio correspondente – disse Luz, líder de destaque na sigla. “Estamos pensando no que é melhor para nosso país. Não estamos tentando ver defeito em ninguém”.
Os gabinetes de Kuczynski e Vizcarra não quiseram comentar.
Não se espera nenhuma grande mudança de políticas se Kuczynski for substituído por Vizcarra, ex-governador de uma região andina rica em cobre e atual embaixador do Peru no Canadá.
Mas a crise política está assustando os investidores de uma das economias latino-americanas mais estáveis. “Vai haver um impacto importante na economia. Os investimentos serão adiados”; disse Carlos Galvez, principal gestor financeiro da mineradora peruana Buenaventura.
Wall Street
Kuczynski, ex-banqueiro de Wall Street de 79 anos, foi parte de uma guinada da política sul-americana à direita quando foi eleito no ano passado. Sua luta pela sobrevivência sublinha os riscos enfrentados por líderes políticos; com um longo histórico no mundo dos negócios no momento em; que escândalos de corrupção assolam a região.
O presidente descreveu os esforços da Força Popular para destituí-lo como um ataque autoritário às instituições; e criticou o partido por não lhe dar mais tempo para se defender.
– Parecemos uma república de bananas. Sem um procedimento adequado; o Congresso está simplesmente usurpando a Presidência – disse o ministro da Habitação, Carlos Bruce, a jornalistas na segunda-feira.