O papa Francisco condenou nesta quinta-feira o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, e enviou "condolências" ao povo do país caribenho. O líder da Igreja Católica se manifestou por meio de um telegrama enviado à Nunciatura Apostólica no Haiti pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano
O papa Francisco condenou nesta quinta-feira o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, e enviou "condolências" ao povo do país caribenho.
Jovenel Moise governava o Haiti desde fevereiro de 2017
O líder da Igreja Católica se manifestou por meio de um telegrama enviado à Nunciatura Apostólica no Haiti pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
– Ao ter notícia do atroz assassinato do qual foi vítima o Excelentíssimo Sr. Jovenel Moise, presidente do Haiti, Sua Santidade Papa Francisco transmite suas condolências ao povo haitiano e a sua esposa, também gravemente ferida, cuja vida encomenda a Deus – diz o telegrama.
Além disso, o pontífice "expressa sua tristeza e condena todas as formas de violência como meio de resolver crises e conflitos". "Deseja para o querido povo haitiano um porvir de concórdia fraterna, solidariedade e prosperidade. Em sinal de consolo, invoca a abundância das bênçãos divinas sobre o Haiti e todos os seus habitantes", conclui a mensagem.
Assassinato
Moise governava o Haiti desde fevereiro de 2017 e foi assassinado por um comando armado dentro de sua residência, em Pétion-Ville, nos arredores da capital Porto Príncipe, na madrugada da quarta-feira.
Sua esposa, a primeira-dama Martine Moise, ficou gravemente ferida e foi transferida de avião para um hospital em Miami. No fim da noite, a polícia haitiana anunciou a prisão de dois "mercenários" envolvidos no ataque e a morte de outros quatro. No entanto, ainda não há informações sobre suas identidades.
Logo após o falecimento de Moise, o premiê Claude Joseph disse que o comando era formado por estrangeiros que falavam "inglês e espanhol". Além disso, Joseph se autoproclamou presidente interino, embora Moise já tivesse anunciado sua substituição no cargo de primeiro-ministro por Ariel Henry.
– Não quero jogar gasolina na fogueira e aumentar um incêndio já grave, mas minha nomeação foi publicada no Diário Oficial e eu já estava formando o governo quando atacaram a residência presidencial – disse Henry ao jornal Le Nouvelliste.
– O primeiro-ministro sou eu, enquanto Joseph era um premiê demissionário. Na minha visão, ele não é mais primeiro-ministro. Ou então temos dois primeiros-ministros neste país? – acrescentou.
Apesar disso, Henry ressaltou que existe uma "oportunidade de diálogo" para permitir a realização de eleições gerais - ele havia sido nomeado por Moise justamente para organizar o próximo pleito no Haiti.
Dinâmica
Ainda de acordo com o jornal Le Nouvelliste, Moise foi atingido por pelo menos 12 tiros, a maioria deles no peito e no abdômen.
– O escritório e o quarto do presidente foram saqueados – contou ao diário o juiz Carl Henry Destin, um dos primeiros a chegar ao local do crime.
Durante o ataque, a filha de Moise, Jomarlie, conseguiu se esconder, enquanto dois funcionários foram imobilizados, mas não tiveram ferimentos.