Um comunicado do Vaticano disse que eles discutiram “a promoção da paz e estabilidade no Oriente Médio, com referência particular às questões de Jerusalém
Por Redação, com Reuters - da Cidade do Vaticano:
O papa Francisco e o rei Abdullah, da Jordânia, discutiram nesta terça-feira a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, um passo que ambos dizem ser perigoso para a paz no Oriente Médio.
Abdullah e o papa conversaram privadamente por cerca de 20 minutos no início da visita do rei ao Vaticano e à França.
Um comunicado do Vaticano disse que eles discutiram “a promoção da paz e estabilidade no Oriente Médio; com referência particular às questões de Jerusalém e ao papel da soberania Hachemita como guardiões dos lugares sagrados”.
A dinastia Hachemita, do rei Abdullah, é guardiã dos lugares sagrados muçulmanos em Jerusalém; o que deixa a Jordânia sensível a qualquer mudança no status da disputada cidade.
Quando Trump anunciou sua decisão no dia 6 de dezembro, o papa respondeu pedindo que o “status quo” da cidade fosse respeitado; dizendo que novas tensões no Oriente Médio alimentariam ainda mais conflitos globais.
Jordânia
Em meio a uma onda de críticas internacionais, a Jordânia também condenou a decisão dos EUA; que chamou de legalmente “nula” porque consolidava a ocupação de Israel do setor oriental da cidade.
Tanto o Vaticano como a Jordânia apoiam uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino; com os dois lados concordando no status de Jerusalém como parte do processo de paz.
Protestos na Cisjordânia
Um policial israelense ficou ferido na semana passada ao ser apunhalado por um palestino, que após o ataque foi baleado pelas forças de segurança e está em estado grave, durante distúrbios no nordeste de Ramala, na Cisjordânia ocupada.
– Um policial fronteiriço foi ferido sem gravidade nas costas e levado ao hospital para receber tratamento. O suspeito palestino foi levado pelos serviços médicos do Crescente Vermelho – disse o porta-voz policial israelense, Micky Rosenfeld, em comunicado.
O Ministério da Saúde palestino informou, por sua vez, que “as forças israelenses da ocupação abriram fogo”; contra o homem e afirmam que sua situação é grave.
As facções palestinas voltaram a convocar para hoje um Dia da Ira em protesto contra o reconhecimento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de Jerusalém como a capital de Israel.
A convocação foi atendida na Cisjordânia e em Gaza, onde foram registrados distúrbios em diferentes pontos, assim como em Jerusalém oriental.
Além disso, o movimento islamita Hamas pediu nesta sexta-feira; que “o povo livre do mundo assedie as embaixadas dos EUA até que Trump retire sua declaração”.
– Nossa revolução na Palestina e no exterior não terminará até; que retifique sua declaração – disse o vice-chefe do movimento em Gaza, Khalil al Hayah.
Segurança em Jerusalém
A Polícia de Israel voltou a aumentar nesta sexta-feira a segurança em Jerusalém; devido a possíveis novos protestos violentos, após a convocação; por parte das facções palestinas; de um novo Dia da Ira; em protesto ao reconhecimento do presidente Donald Trump da cidade como capital de Israel.
O acesso à Esplanada das Mesquitas vai continuar aberto e não haverá restrições de idade para os muçulmanos que queiram participar das orações de sexta-feira ao meio-dia, as principais da semana, informou à Agência EFE o porta-voz da Polícia israelense, Micky Ronsenfeld.
– Foi montado um esquema de segurança com centenas de agentes da polícia e da Guarda de Fronteiras dentro e fora da Cidade Velha, onde fica a Esplanada – informou o porta-voz, advertindo que se acontecerem “protestos ilegais esta tarde; as unidades de polícia vão responder se for necessário”.