O papa Bento 16 disse que é preciso "alertar contra os riscos de que o exercício da democracia se transforme na ditadura do relativismo, propondo modelos antropológicos incompatíveis com a natureza e a dignidade do homem".
O comentário foi feito em discurso nesta segunda-feira no trecho em que o papa falava das eleições que ocorreram no ano passado em países da América Latina, como no Brasil. Falando a 175 embaixadores de países que mantêm relações diplomáticas com o Vaticano, Bento 16 afirmou que a democracia deve "promover o desenvolvimento, respeitando todas os componentes da sociedade".
O papa não forneceu detalhes sobre os modelos antropológicos que considera incompatíveis com a natureza e a dignidade do homem. Ainda sobre América Latina, Bento 16 elogiou "progressos" ocorridos na região nos últimos anos.
- A melhora de alguns índices econômicos, o compromisso na luta contra o tráfico de drogas e a corrupção, os processos distintos de integração, os esforços para melhorar o acesso a educação, combater o desemprego e reduzir as desigualdades na distribuição de renda são índices que devem ser destacados com satisfação -, disse ele.
Para o papa "se estes processos se consolidarem, poderão contribuir de maneira determinante para vencer a pobreza que aflige vários setores da população e aumentar a estabilidade institucional".
O papa fez ainda um apelo para que exista uma maior integração internacional com Cuba ao pedir que "deixem que Cuba se abra para o mundo e deixem que o mundo se abra para Cuba."
Em seu discurso aos diplomatas, Bento 16 também confirmou oficialmente a proxima viagem ao Brasil.
- A visita apostólica que farei no próximo mês de maio ao Brasil me dará a oportunidade de olhar para este grande país, que me aguarda com alegria, e para a América Latina e o Caribe -, disse ele em um discurso feito para diplomatas no Vaticano.
Papa alerta para 'riscos da democracia' e fala do Brasil
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Segunda, 08 de Janeiro de 2007 às 17:18, por: CdB