"Vamos ter, sim, candidato para defender o nosso legado. Seja da aliança que nós compormos, seja com candidatura própria; mas teremos de ter sim a defesa do legado do governo do presidente (de facto) Michel Temer", disse Padilha.
Por Redação - de Brasília
Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha afirmou, nesta segunda-feira, que o PMDB terá candidatura própria a presidente da República no próximo ano. O escolhido deverá defender o “legado” da gestão do presidente Michel Temer. Este, no entanto, amarga as piores taxas de rejeição para um mandatário, no planeta.
— Vamos ter, sim, candidato para defender o nosso legado. Seja da aliança que nós compormos, seja com candidatura própria; mas teremos de ter sim a defesa do legado do governo do presidente (de facto) Michel Temer que, indiscutivelmente, é um governo de transformações — disse.
Em um encontro na Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, Padilha defendeu, com ênfase, a aprovação da reforma da Previdência. O político gaúcho, citado na Operação Lava Jato, disse que a medida é necessária porque, se não for feita, o país enfrentará “sérios problemas econômicos”.
‘Legado Temer’
Padilha citou que, entre 2016 e 2017, houve um crescimento de R$ 43 bilhões em despesas previdenciárias; dinheiro que deixa de ser aplicado em infraestrutura, saúde e educação. Há controvérsias, no entanto, quanto aos números apresentados
O presidente de facto, Michel Temer, por sua vez, afirmou nesta segunda-feira que seu governo pretende deixar a marca de uma revolução “político administrativa e econômica”. Ele engrossou o coro de Padilha, quanto a um suposto ‘legado’. Temer acredita que o país que vai pautar a discussão da eleição presidencial no próximo ano.
— Quem for candidato a presidente da República e disser que vai continuar... estará cravado na sua campanha a tese do acerto do nosso governo. Estará gravado o programa Temer que será estabelecido para o futuro; para que possamos exata e precisamente fazer uma revolução político administrativo econômica no nosso país — disse Temer no mesmo evento; ocorrido na Fundação Ulysses Guimarães.
Alckmin escanteado
Ainda no encontro de peemedebistas, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR) teceu comentário acerca da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Jucá, também investigado pela Lava Jato, “se Lula for condenado, ele deixa de ser candidato”.
— Se for inabilitado, será um cabo eleitoral importante, mas não poderá ser candidato. Lula sendo candidato, o eixo da eleição é o Lula e o anti-Lula. Ele não sendo candidato, o eixo da eleição é muito mais a economia e o discurso dos outsiders — disse o senador.
Jucá avalia, ainda, que Geraldo Alckmin pode não ser o escolhido do "legado governista" e, assim, acabar sem o tempo de televisão e rádio dos partidos da base.
— Alckmin é um bom nome, mas existem outros — desdenhou.
O líder peemedebista aproveitou para atacar seu desafeto, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Ele é autor de duas denúncias contra Temer. Segundo Jucá, a reforma da Previdência seria aprovada se não fosse a atuação do ex-PGR. Responsável por anunciar o adiamento da reforma para 2018, Jucá reconhece que sua aprovação em ano eleitoral ficou "mais difícil".