Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

Operação policial no Complexo da Penha deixa mortos e feridos

Arquivado em:
Quinta, 25 de Maio de 2023 às 14:28, por: CdB

Ao menos cinco pessoas morreram, de acordo com o Hospital Getúlio Vargas. Todas elas são suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, de acordo com a PM.


Por Redação, com agências de notícias - do Rio de Janeiro


Polícia Militar realizou uma operação no Morro da Fé, no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira.




operacao-2.jpeg
Incursão ocorre um ano depois da operação policial no bairro que matou 26 pessoas e ficou conhecida como Chacina da Penha

Ao menos cinco pessoas morreram, de acordo com o Hospital Getúlio Vargas. Todas elas são suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, de acordo com a PM.


Desde quarta-feira, nove pessoas morreram em confrontos com os policiais na região. Segundo a corporação, todos são criminosos.


Um homem de 20 anos, apontado pelos policiais como suspeito de envolvimento com o crime, foi ferido por estilhaços de granada. Ele está internado sob custódia. A polícia afirmou que não utilizou este tipo de armamento na ação.


Um morador foi baleado dentro de uma padaria no Morro da Fé. O homem de 59 anos foi atingido nas nádegas e no braço direito.


No Morro do Quitungo, uma mulher de 23 anos também foi baleada por disparos que vieram do Morro da Fé. Ela foi atingida no pulso. A jovem estava levando a filha e a irmã mais nova para a escola quando foi baleada.


– Ela tinha acabado de sair da casa da minha mãe com a minha sobrinha, estavam de mãos dadas. Ela ia levar a minha irmã na escola. Assim que saiu de casa, ela tomou um tiro no braço e caiu. Mas meu pai estava junto na hora e começou os primeiros-socorros, que ela ficou aterrorizada – relatou a irmã.


Os dois moradores já receberam alta.




Moradores dos Complexos da Penha e Alemão


Moradores dos Complexos da Penha e Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, enfrentaram mais uma quarta-feira de medo e apreensão. Uma operação conjunta do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e apoio de equipes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para prender líderes locais do crime organizado e criminosos de outros estados está em curso nas duas comunidades.


A  Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que durante as incursões, os policiais foram alvos de disparos efetuados por um grupo de homens armados escondidos na parte alta da região e removeram diversas barricadas montadas nos principais acessos a essas localidades.


Segundo a nota enviada ao Brasil de Fato, um fuzil e drogas, a serem contabilizadas, foram apreendidos pelos agentes. Sobre feridos na operação, a PM disse que os policiais foram informados que três homens deram entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Dois deles não resistiram aos ferimentos.  


As ocorrências estão sendo registradas inicialmente na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO/IE).



Impacto


De acordo com o jornal Voz das Comunidades, relatos de moradores apontam que ao menos uma pessoa foi morta até o momento na região do Brizolão da Penha. A reportagem afirma que moradores não conseguiram sair de casa para trabalhar.


Brasil de Fato apurou que 36 escolas municipais precisaram ser fechadas por conta da operação. A medida afetou 11.065 estudantes. 


Segundo a nota enviada à reportagem, a Secretaria Municipal de Educação informou que na região do Complexo da Penha, 17 unidades escolares foram impactadas, afetando 5.411 alunos. Já na região do Complexo do Alemão, 19 escolas foram fechadas, impactando 5.654 alunos.


A Secretaria de Estado de Educação salientou que, até o momento, nenhuma unidade precisou ser fechada na região.


“A Seeduc esclarece que a direção das unidades escolares possui autonomia para tomar as providências necessárias para garantir a integridade física de seus alunos, professores e funcionários”, explicou por meio de nota. 



Um ano depois


A operação de quarta-feira ocorre exatamente um ano depois da incursão policial na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, que deixou 25 pessoas mortas. 


A ação conjunta do BOPE, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, foi a segunda operação policial mais letal da cidade do Rio de Janeiro, atrás apenas da Chacina do Jacarezinho, ocorrida um ano antes.


A vereadora Mônica Cunha (PSOL) usou as redes sociais para relembrar o caso e criticar a política de segurança adotada pelo governador Claudio Castro (PL). 



Edições digital e impressa
 
 

 

 

Jornal Correio do Brasil - 2025

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo