Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2025

Operação de segurança caça radicais islâmicos no Iraque

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Quinta, 25 de Janeiro de 2007 às 09:06, por: CdB

Primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki garantiu, nesta quinta-feira, que a operação de segurança em curso na capital iraquiana pretende acabar com os refúgios de militantes islâmicos radicais, ainda que tentem se esconder em mesquitas ou escolas. No Parlamento, Maliki pediu aos políticos de todos os partidos que dêem apoio ao plano de segurança para a capital, implementado com a ajuda de 17 mil soldados norte-americanos enviados recentemente ao país e que é considerado por muitos a última chance de conter a violência sectária na cidade.

A operação começou na região da rua Haifa, onde atiradores sunitas se mantinham baseados. A ação contou com apoio de um helicóptero Apache. As tropas foram atacadas por morteiros, granadas e metralhadoras. Um soldado americano morreu. Segundo os iraquianos, cerca de 30 insurgentes morreram e outros 27, de diversos países árabes, foram presos.

- Não haverá nenhum abrigo seguro, nenhuma escola, nenhuma casa, nenhuma mesquita sunita, nenhuma mesquita xiita. Todos esses locais serão invadidos caso se transformem em uma base de lançamento para ações terroristas. Nem mesmo as sedes de partido estarão isentas - afirmou.

Maliki, criticado por não investir contra as milícias xiitas ligadas a alguns de seus aliados, prometeu enfrentar os grupos armados independentemente de sua filiação religiosa ou política.

- Trabalhamos duro para colocar profissionais competentes no comando desse plano, pessoas sem filiação política. Então, peço a todos que ajudem essas autoridades - afirmou, respondendo às críticas de que milícias tinham se infiltrado na polícia e no Exército iraquianos.

O governo dos EUA identificou o Exército Mehdi, uma milícia ligada ao clérigo radical Moqtada al-Sadr, como a maior ameaça à paz no Iraque. E advertiu que o sucesso do plano de Maliki depende de ele investir contra as milícias xiitas com a mesma determinação com que combate os insurgentes sunitas. O premiê, que depende do apoio de Sadr no Parlamento, foi acusado de não enfrentar o Exército Mehdi em outras oportunidades. Mas autoridades pertencentes à Aliança Xiita, bloco comandado por Maliki, afirmam que o dirigente convenceu-se agora de que precisa adotar medidas a respeito dessa situação.

Importante membro do movimento ligado a Sadr, Bahaa al-Araji, prometeu que o grupo dará apoio ao plano no Parlamento, postura semelhante adotada pelos partidos sunitas e curdos.

Reintegração de posse

Segundo Maliki, as forças de segurança do Iraque começariam a retirar os invasores de casas ocupadas ilegalmente depois de os proprietários delas terem fugido por causa de ameaças ou de operações de limpeza étnica.

- Hoje ou amanhã vamos começar a prender os que estão morando nas casas dos refugiados, abrindo caminho para o regresso deles - afirmou o premiê.

Dezenas de milhares de pessoas, entre as quais xiitas, sunitas e cristãos, abandonaram suas casas em Bagdá devido à violência e às ameaças responsáveis por transformar muitos bairros antes mistos em enclaves sectários. A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que 500 mil iraquianos que continuam dentro do Iraque foram expulsos de suas casas desde que, em fevereiro, um atentado contra um importante santuário xiita provocou o recrudescimento da violência no país. Um grande número de iraquianos também fugiu das zonas de conflito.

Reação violenta

Quatro mortos e mais de 20 feridos. Este foi o saldo trágico da explosão de uma moto, nesta quinta-feira, em um mercado em Bagdá, disse a polícia. Segundo a polícia, a moto foi estacionada em uma rua na entrada do mercado de Shurja. Na segunda-feira, um ataque duplo com carros-bomba perto do mercado Bab al-Sharji, na região central de Bagdá, matou 88 pessoas.

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