O discurso de Lula, de pouco mais de dez minutos foi preparado pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim; o chanceler Mauro Vieira e outros redatores do governo federal. Passa pela diplomacia do Itamaraty, pelos principais assessores do presidente e até pela primeira dama, Janja da Silva, que dá algumas opiniões.
Por Redação, com agências internacionais - da ONU, NY-EUA
A abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) terá o meio ambiente como tema central, no discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira. Lula propõe uma mudança na governança global, com ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS-ONU); o combate à fome e à desigualdade social no mundo; além de acentua o debate sobre a crise climática, em curso. Depois de quatro anos de Jair Bolsonaro (PL), a volta de Lula ao Plenário da ONU, em Nova York, é aguardada com expectativa.

O discurso de Lula, de pouco mais de dez minutos foi preparado pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim; o chanceler Mauro Vieira e outros redatores do governo federal. Passa pela diplomacia do Itamaraty, pelos principais assessores do presidente e até pela primeira dama, Janja da Silva, que dá algumas opiniões.
Em sua mensagem, ao mundo, o presidente passa uma mensagem clara aos países ricos de que os emergentes querem que sua voz seja ouvida nas decisões globais. A crítica justifica a necessidade de reforma dos organismos internacionais, hoje compostos majoritariamente por países ricos.
Compromisso
Na ausência de outros líderes mundiais, Lula também terá a possibilidade de atuar como o principal interlocutor do Brics e do Sul Global. Também é esperado que o presidente anuncie que o Brasil terá um novo compromisso de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2).
Após o discurso de abertura, o brasileiro se reúne com o líder dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira, para o lançamento do documento ‘Coalizão Global pelo Trabalho’. A ação defende a liberdade sindical, assim como garantias aos trabalhadores por aplicativo, entre outras medidas. O assunto é tratado como uma das grandes prioridades de Lula em sua agenda até quinta-feira, em Nova York. É prioridade também de Biden, que precisa reforçar o apoio no meio trabalhista norte-americano visando às eleições de 2024.
O “trabalho decente” da Organização Internacional do Trabalho (OIT) deve ser uma premissa do documento. A categoria define como tal o trabalho produtivo e de qualidade. A liberdade sindical e o direito de negociação coletiva devem ser destacados. Além da promoção da proteção social e eliminação do trabalho forçado, infantil e outras formas de discriminação.
Documento
Serão contempladas, ainda, salvaguardas a trabalhadores de aplicativos, como entregadores ou motoristas, que não devem ser tratados como empreendedores ou microempresários e sim como força de trabalho. Os empregos da nova economia verde constam também entre os itens abordados, uma vez que a agenda preocupa líderes sindicais devido à eliminação de postos de trabalho com a transição do combustível fóssil para a redução de emissão de carbono.
O lançamento da coalizão Lula-Biden deve colocar na mesma foto pela primeira vez na história do Brasil e EUA os dois presidentes e líderes sindicais norte-americanos, como a AFL-CIO e a UFCW, quanto do Brasil, como da CUT. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também estará presente. A divulgação do documento também representa um resgate da relação entre os dois líderes.
— A sacada não está em algo escrito no documento, está no fato de que Brasil e EUA estão liderando isso juntos, que Lula e Biden construíram algo novo em conjunto — resumiu à agência britânica de notícias BBC um dos ministros que integram a comitiva de Lula.