"A embarcação afundou, e as mulheres imigrantes, infelizmente, levaram a pior. Por serem mais frágeis”; afirmou o chefe da província de Salerno, Salvatore Malfi.
Por Redação, com Ansa - de Salerno, Itália
Um navio de bandeira espanhola atracou neste domingo em Salerno, no sul da Itália, com cerca de 400 imigrantes forçados e os corpos de 26 mulheres que morreram durante a travessia do Mediterrâneo.
Os cadáveres passarão por exames no necrotério da cidade, mas suspeita-se de homicídio ou afogamento. As primeiras investigações apontam que as mulheres eram da Nigéria e estavam em um bote inflável socorrido pelo navio espanhol Cantabria, que faz parte da operação marítima da União Europeia na região.
‘Mercadoria’
"A embarcação afundou, e as mulheres imigrantes, infelizmente, levaram a pior. Por serem mais frágeis”; afirmou o chefe da província de Salerno, Salvatore Malfi, que descarta a hipótese de tráfico para a prostituição.
"Carregá-las em um bote seria um investimento arriscado que os senhores do tráfico não fariam, podendo perder a 'mercadoria', como eles dizem, de uma só vez", acrescentou. Entre as 400 pessoas resgatadas pelo Cantabria, também havia nove grávidas.
De 1º de janeiro a 3 de novembro de 2017, 111.716 migrantes forçados desembarcaram em portos italianos, número 29,97% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.
Os navios das organizações não governamentais (ONGs) Médicos Sem Fronteiras (MSF) e SOS Mediterrâneo resgataram quase 600 imigrantes no Mediterrâneo central, nas últimas semanas. Eles saíram da Líbia para chegar à Itália, embora um número desconhecido de pessoas tenha desaparecido na travessia. O resgate ocorreu na quarta-feira, quando uma lancha afundou e dezenas de imigrantes; entre eles mulheres e crianças, caíram na água, informou o médico do MSF Seif Khirfan; que estava a bordo da embarcação Aquarius. A polícia italiana registrou os desaparecimentos.