Randolfe Rodrigues questionou o governo Bolsonaro sobre os gastos para trazer ao país o órgão do primeiro imperador brasileiro. O parlamentar quer saber se houve abuso do emprego da máquina pública num momento de dificuldades financeiras pela qual passa o país.
Por Iram Alfaia – de Brasília
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição, cobrou explicações do governo Bolsonaro sobre os custos envolvendo a logística para trazer o coração de Dom Pedro I ao Brasil.A situação
A historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz considerou a situação uma palhaçada, pois Bolsonaro aguarda um coração mantido em formol como se fosse um dignitário visitando o Brasil. – Nós precisamos nos perguntar que noção de história é essa. Uma noção de história parada no tempo, uma noção de história morta, detida em órgãos falidos de um corpo de imperador que começou muito popular e no momento em que ele sai do Brasil em 1831 ele era profundamente impopular – disse ela em entrevista a TV UOL. Schwarcz explicou que, após o imperador outorga a primeira Constituição brasileira em 1824, ele representava o chamado “Açougue dos Braganças”, expressão da época usada para explicar a violência para debelar as rebeliões que ocorriam no país. – Enfim, qual a ambiguidade desse corpo? Que necropolitica é essa do governo de Jair Bolsonaro?”, questiona a historiadora para quem a independência precisa ser a festa da liberdade e não ser resumida a “projeto mórbido da recepção de partes do corpo morto.Iram Alfaia
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