A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Movimento dos Sem-Terra (MST) estão em campanha pela extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (o Ministério da Reforma Agrária), criado em 1996 justamente para cuidar da distribuição de terras no país. Segundo seus representantes, o ministério mais atrapalha do que ajuda.
- É um ministério fantasioso, um ministério sem pasta, um elefante branco que só serve para tornar mais burocrática a execução da reforma -, diz o coordenador nacional da CPT, Isidoro Revers.
Tanto a CPT quanto o MST defendem o fortalecimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que deixaria de ser uma autarquia subordinada ao ministério para se vincular diretamente à Presidência da República. Essa é a proposta que representantes do MST devem levar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na audiência que terão com ele na segunda semana de janeiro, em data ainda a ser definida.
De acordo com João Pedro Stédile, da coordenação nacional do movimento, "o MST vai apresentar formalmente a proposta de que o Incra seja vinculado à Presidência".
- Não tem sentido o ministério ficar no meio, se não tem poder nem instrumentos para atuar na reforma agrária -, disse.
- Também vamos propor um novo aparato administrativo para a reforma, com a aglutinação de três autarquias - o Incra, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento, hoje vinculada ao Ministério da Agricultura) e uma espécie de instituto de capacitação e assistência técnica -, completou Stédile.
MST e Igreja querem a extinção do Ministério da Reforma Agrária
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Sexta, 29 de Dezembro de 2006 às 15:13, por: CdB