O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou, durante o encerramento da Cúpula do Mercosul, que não é mais possível "subvencionar o gás para o Brasil". Em discurso, Morales afirmou que com as desigualdades, como na venda ao governo brasileiro, é impossível eliminar as assimetrias dentro do bloco.
- O companheiro Lula fala de solidariedade, mas ao mesmo tempo a Bolívia vende gás subvencionado para Cuiabá por US$ 1,9 [milhão de BTU] - disse.
Ele acrescentou que, para Argentina, o insumo é vendido a US$ 5.
Nesta quinta-feira, Lula afirmou que a verdadeira integração entre os países do Mercosul passava pelo "despojamento" dos países membros, principalmente dos maiores.
Morales completa a nacionalização
O presidente boliviano, Evo Morales, disse que pretende completar a nacionalização dos setores de mineração e florestal do país ainda este ano.
- Precisamos de sócios e não de patrões. É o que fizemos no setor de hidrocarbonetos e é o que queremos fazer agora no setor de mineração e depois no florestal - disse Morales, em entrevista coletiva durante a Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro.
No ano passado, no primeiro do mandato de Morales, o governo começou um processo de estatização dos hidrocarbonetos.
Desde então, o governo vinha sinalizando que tomaria a mesma direção em outros setores. No passado, a atividade mineira na Bolívia já foi estatizada outra vez.
- Temos encontrado muitas concessões, muitas privatizações que jamais receberam investimentos. Essas serão todas recuperadas - anunciou o presidente.
Morales ressaltou que as mineradoras que investiram nas suas concessões terão tratamento especial. A questão será definida por uma equipe especial do governo.
O boliviano ressaltou que, com ajuda da nacionalização dos hidrocarbonetos, as reservas da Bolívia cresceram de US$ 1,65 milhões em janeiro do ano passado, para US$ 3,2 milhões neste ano.