As empreiteiras do Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da Linha 4 do Metrô, em São Paulo, não descartam a hipótese de erro de engenharia na construção de Pinheiros. Nesta sexta-feira, elas afirmaram que o desmoronamento foi provocado por uma série de erros. Engenheiros, técnicos e consultores ligados ao consórcio disseram que uma séria de fatores causou o desastre e que a chuva teve um papel secundário.
O subprefeito de Pinheiros, João Elias Nachle, será a primeira autoridade a ser ouvida no inquérito policial aberto para apurar o suposto crime de desmoronamento no túnel do metrô em São Paulo.
Para o promotor José Carlos Blatt houve negligência no caso. Já o subprefeito disse que só soube dos problemas dos moradores da região depois que as casas caíram e afirmou que o Metrô e o consórcio das empreiteiras tinham conhecimento do caso. O secretário de Justiça de São Paulo, Luiz Antônio Guimarães Marrey, afirmou que já na semana que vem o Estado terá dados concretos sobre estimativa dos danos.
O Corpo de Bombeiros resgatou, no início da madrugada desta sexta-feira, a sexta vítima do desabamento, que estava no interior da van, soterrada há uma semana, o veículo foi totalmente removido da cratera em seguida, por volta das 5h. O Instituto Médico Legal (IML) confirmou, por volta das 6h30, que o último corpo resgatado era do funcionário público Márcio Rodrigues Alambert, 31 anos.
O coordenador metropolitano dos Bombeiros, coronel João dos Santos, afirmou que considera as buscas por vítimas "encerradas", mas na manhã desta sexta a corporação iniciou uma avaliação, em conjunto com a Polícia Civil, para decidir se encerram definitivamente os trabalhos. Caso a polícia conclua que há indícios suficientes de que o contínuo Cícero Augustinho da Silva, 60, desaparecido há uma semana, esteja sob os escombros, as buscas serão retomadas.
Para Santos, no entanto, as chances são remotas: - Não trabalhamos com a hipótese de mais vítimas. A cada dia, cerca de 60 pessoas são consideradas desaparecidas em São Paulo. Se for dizer que todo mundo que desapareceu está ali, não sairemos mais - afirmou o coronel.
Cerca de 25 bombeiros, em nove viaturas, estão na cratera aguardando informações sobre uma possível sétima vítima do desabamento da estação. Depois da retirada do microônibus, foi feita uma varredura em um espaço de 20 por 20 metros.
O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras do Metrô, informou que, assim que as buscas a vítimas forem definitivamente encerradas, com a retirada dos escombros para perícia, vai ter início a desmontagem da grua de 50 toneladas que permanece no canteiro de obras, sustentada por cabos de aço para reduzir o risco de desabamento. Paralelamente também começará a perícia das obras, feitas pelo Instituto de Criminalística, da Polícia Civil e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), contratado pelo governo de São Paulo a fim de apurar os motivos do desastre.
Outros dois corpos já haviam sido encontrados dentro da van nesta quinta-feira: o do motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, e do cobrador Wescley Adriano da Silva, 22. Eles foram retirados das ferragens no fim da tarde.
Foram ainda resgatados os corpos da advogada Valéria Alves Marmit (localizado dentro do microônibus), 37 anos, da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 74, e do motorista da obra Francisco Sabino Torres, 46.