Rio de Janeiro, 16 de Setembro de 2025

Metrô desqualifica relatório que acusa consórcio

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Terça, 30 de Janeiro de 2007 às 09:11, por: CdB

Logo após a divulgação de parecer da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) do Metrô de São Paulo, acusando os responsáveis pela obra da Linha 4 (Amarela) de saber previamente da instabilidade do terreno onde a futura estação Pinheiros desabou, a direção da estatal desqualificou o relatório, elaborado pelos próprios funcionários.

O Metrô, por meio do seu presidente, Luiz Carlos David, admitiu que houve alertas sobre os riscos de um acidente para o consórcio privado Via Amarela antes do desastre. David, no entanto, afirmou que não recebeu os avisos e soube da gravidade da situação somente após a tragédia, que matou sete pessoas.

- O Metrô esclarece que nem o Sindicato dos Metroviários nem a Cipa são órgãos competentes para emitir opiniões técnicas sobre métodos construtivos. Essas afirmações são subjetivas e de suas exclusivas responsabilidades - afirma nota da direção da empresa.

Relatório: explosão teria contribuído

A análise da Cipa, encaminhada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), como parte das investigações sobre as causas do acidente, atestou que o consórcio sabia dos deslocamentos de terra ocorridos na véspera da abertura da cratera e chegou a se mobilizar para reforçar paredes do túnel, porém a intervenção não chegou a ser feita.

Como agravante, as empreiteiras mantiveram os trabalhos de escavação do túnel, mesmo sabendo que as paredes do mesmo estavam cedendo devido à pressão do terreno instável. Horas antes do desmoronamento, em 12 de janeiro, dia do acidente, o consórcio inclusive realizou detonação de rochas a poucos metros do local do desabamento. A ação teria contribuído para a abertura da cratera.

O consórcio Via Amarela não quis comentar o relatório até ter acesso ao mesmo. O engenheiro Cyro Mourão Filho, coordenador da construção da Linha 4, afirma que houveram uma sucessão de erros de procedimento na véspera do acidente.

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