Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2025

Merkel defende limite de imigrantes como base para negociar coalizão

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Segunda, 09 de Outubro de 2017 às 07:10, por: CdB

Chanceler federal alemã diz que teto de 200 mil refugiados por ano acordado por conservadores é "boa base" para negociar coalizão com FDP e Partido Verde. Tema deve desempenhar papel-chave na formação de um governo

Por Redação, com DW - de Berlim:

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira que um acordo migratório alcançado na véspera entre seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), e a legenda-irmã União Social Cristã (CSU), da Baviera, é uma "boa base" para iniciar as negociações em busca de uma coalizão de governo. O acordo prevê o limite de 200 mil refugiados por ano. 

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Merkel e Seehofer falaram em Berlim sobre limite de refugiados e início das negociações de coalizão

– CDU e CSU alcançaram um resultado comum que eu vejo como uma base muito boa para começar agora as negociações com o FDP (Partido Liberal Democrático); e o Partido Verde – declarou Merkel à imprensa juntamente com o líder do CSU, Horst Seehofer, em Berlim.

– A Alemanha precisa de um governo estável. Agora, o caminho está aberto para falar com o FDP e os verdes. A chanceler federal afirmou que CDU e CSU vão se separadamente, no dia 18 de outubro; com os líderes do FDP e, depois, com os do Partido Verde. 

O acordo migratório entre CSU e CDU foi alcançado após anos de disputa quanto a um limite para a entrada de refugiados no país depois de a Alemanha receber; em 2015, quase 900 mil solicitantes de asilo. O acordo prevê uma série de medidas para evitar que mais de 200 mil refugiados entrem no país por ano. Mas não define um teto fixo.

– Não foi fácil. Durante quatro horas analisamos toda a questão migratória – explicou Merkel sobre o principal obstáculo para formar um novo governo; lembrando que o que ocorreu em 2015 "não pode voltar a acontecer".

Coalizão "Jamaica"

O acordo também foi firmado duas semanas depois de a CDU obter seu segundo pior resultado desde o pós-Guerra; em uma eleição que registrou o crescimento do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD); que ingressou no Bundestag (Parlamento alemão) pela primeira vez. Após o êxito da AfD, Seehofer pressionava para que a coalizão CDU-CSU recuperasse uma agenda mais conservadora com um plano de dez pontos.

Nas eleições do último dia 24 de setembro, além da CDU, os eleitores alemães também puniram o Partido Social-Democrata (SPD); parceiro de coalizão de Merkel; que acabou recebendo sua menor votação proporcional do pós-guerra e anunciou que voltará à oposição.

Com isso, a Alemanha está a caminho de uma formação inédita de governo: a chamada coalizão "Jamaica"; uma alusão à semelhança entre as cores dos partidos União Democrata Cristã (CDU), FDP e Verde; e a bandeira do país caribenho.

É provável que a questão dos refugiados desempenhe um papel importante e também cause dificuldades nas próximas negociações de coalizão. Enquanto a CSU pressionou pelo teto migratório, os verdes se opõem a qualquer tipo de limite de refugiados recebidos pelo país. 

A Alemanha recebeu mais de 1 milhão de imigrantes entre 2015 e 2016, mas os números diminuíram drasticamente desde que a rota dos Bálcãs foi bloqueada no início do ano passado. Um acordo feito com a Turquia evitou também que um grande número de refugiados tentassem atravessar o Mar Mediterrâneo em direção à Europa.

 

 

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