Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 2025

Meirelles tenta explicar fundo em paraíso fiscal

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Segunda, 06 de Novembro de 2017 às 13:36, por: CdB

Um dos nomes mais importantes do governo do presidente de facto, Michel Temer, Meirelles criou o fundo em 2002. As informações constam do vazamento de dados para a mídia mundial, conhecido como Paradise Papers.

 

Por Redação - de Brasília

 

Titular do Ministério da Fazenda, o economista Henrique Meirelles tentou explicar, nesta segunda-feira, o motivo que o levou a aplicar recursos em um fundo no paraíso fiscal das Bermudas. Diz ele que foi para gerir parte de sua herança. Acrescentou que a aplicação dos recursos foi declarada à Receita Federal e ao Banco Central.

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Titular do Ministério da Fazenda, Henrique Meirelles teve o nome citado por aplicar fortuna em paraíso fiscal

Um dos nomes mais importantes do governo do presidente de facto, Michel Temer, Meirelles criou o fundo em 2002. As informações constam do vazamento de dados para a mídia mundial, conhecido como Paradise Papers, sob a coordenação do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ).

— Está tudo declarado, como tudo o que eu faço, não só à Receita Federal, ao Banco Central. E também qualquer movimentação. É uma entidade filantrópica. Visa investir recursos em educação no Brasil, exclusivamente — disse em entrevista a jornalistas.

Paraíso fiscal

O ministro da Fazenda acrescentou que, na época em que criou o fundo, morava no exterior.

— Na época, dirigia uma grande instituição financeira internacional. Morava no exterior. Ela [a entidade], portanto, foi constituída no exterior — disse.

Meirelles e seu colega da Agricultura, o fazendeiro Blairo Maggi, estão entre as dezenas de políticos mundiais ligados a empresas em paraísos fiscais.

— Foi feita uma pequena doação inicial visando constituir a entidade. E depois disso a entidade está inativa. A partir do momento que ocorrer o meu falecimento, uma parte da minha herança será doada para esta entidade para aplicar exclusivamente em educação no Brasil — explicou Meirelles.

Presidente do BC

Ele disse, ainda, que essa era a maneira “mais eficaz e objetiva” para direcionar os recursos definida por seus advogados.

— As regras de aplicação são muito claramente definidas. Garantem a aplicação de recursos de herança de maneira muito eficaz — disse.

Os documentos mostram que o contrato do fundo foi registrado no fim de 2002, a partir de uma doação de US$ 10 mil, realizada pelo próprio Meirelles, que, pouco depois, assumiu o cargo de presidente do Banco Central, no qual ficou até novembro de 2010.

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