As reservas internacionais líquidas do país estão em US$ 83,4 bilhões, conforme dados registrados no dia 7 deste mês, informou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em reunião conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado; Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; Finanças e Tributação; e Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara dos Deputados. Participou também da reunião a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. Em 2003, as reservas eram de US$ 15,9 bilhões. O aumento das reservas, disse Meirelles, é um ponto favorável no balanço de pagamentos e diminui a vulnerabilidade externa do Brasil.
O presidente do Banco Central informou também que a dívida externa total do país tem caído de forma consistente. Meirelles acrescentou que as contas correntes brasileiras têm tido comportamento favorável e que "a realidade tem superado as expectativas do governo". Ele informou que o saldo da balança comercial continua a crescer e foi de US$ 45,4 bilhões este ano, com exportações superiores às importações, o que mostra, segundo Meirelles, o dinamismo da economia brasileira. Os preços de exportação também têm, segundo ele, um comportamento favorável.
A massa salarial total do país caiu em 2003 em função do ajuste feito devido à crise cambial, acrescentou o presidente do BC. No período compreendido de janeiro a outubro deste ano, a massa salarial cresceu 6,4%. O presidente do Banco Central observou que esse crescimento demonstra o dinamismo da economia brasileira. Ele disse também que o país teve queda nos níveis de investimento, particularmente durante a época da crise de energia, conhecida como apagão, mas que agora esses recursos estão em tendência crescente, o que é um sinal positivo para a economia brasileira.
Meirelles previu, ainda, que inflação em 2006 ficará mesmo em 3,2%. Expectativas de inflação estão de acordo com as metas do governo, "o que é inédito na história do país", afirmou.
O presidente do Bc também listou diversos indicadores positivos obtidos ao longo do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre eles o enquadramento da inflação nos índices estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional; a ampliação da oferta de crédito tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas; o aumento do saldo da balança comercial;
- a redução da dívida externa líquida, motivada, entre outros fatores, pela queda do dólar; o aumento das reservas internacionais e o aumento do salário médio recebido pelos brasileiros.
Novo modelo
O deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) elogiou os resultados apresentados por Meirelles e disse que os dados demonstram o resultado favorável de um governo.
- Evidente que a economia ainda não alcançou os patamares que gostaríamos, mas os dados mostram que o BC fez a sua parte, pois recebeu o Brasil com fundamentos macroeconômicos deteriorados, apontando para crise estrutural e crônica - avaliou o parlamentar.
Presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o deputado Moreira Franco observou que há problemas com o agronegócio brasileiro, cuja produção está amargando prejuízos. Disse que o Banco Central cumpriu seu papel, ao comentar as informações prestadas pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mas criticou o modelo econômico e as políticas de saúde e educação adotadas pelo governo brasileiro.
- O modelo está falido. Nós, do povo brasileiro, nós, da classe média, não estamos satisfeitos. Não queremos mais bancar esse modelo econômico. É hora de o governo fazer uma revisão desse modelo. Podemos fazer a reforma tributária e reduzir a taxa de juros em conjunto para fazer um novo modelo - afirmou o deputado.
Moreira Franco disse que só com a mudança do modelo o país poderá crescer acima de 5% ao ano.