Berlim, Hamburgo e Frankfurt registraram protestos neste sábado em meio a aumento de tensão em Gaza. Governo alemão está em alerta para impedir que atos sejam usados para propagar antissemitismo.
Por Redação, com DW - de Berlim
Manifestações pró-Palestina e anti-Israel ocorrem em várias cidades alemãs neste sábado, incluindo Berlim, Frankfurt e Hamburgo.
Manifestantes em Berlim
Mais de mil pessoas se reuniram em Frankfurt para protestar depois que um tribunal derrubou uma proibição imposta pelas autoridades municipais contra o movimento.
A prefeitura argumentava que o protesto poderia colocar em risco a segurança pública e se tornar o "ponto de partida para declarações, ameaças e atos antissemitas".
Vários incidentes do tipo foram relatados em Frankfurt nos últimos dias. A manifestação foi dispersada após participantes atiraram objetos contra policiais. Cerca de 700 pessoas se reuniram na cidade em uma contrademonstração em apoio a Israel.
Protestos pró e contra também aconteceram no centro de Leipzig na tarde de sábado. A polícia disse que cerca de 400 pessoas participaram de uma manifestação pró-Palestina, enquanto cerca de 200 pessoas se reuniram numa manifestação pró-Israel. Um porta-voz da polícia disse que a atmosfera se tornou brevemente tensa entre os dois lados, mas posteriormente a situação se acalmou.
Milhares de pessoas
Milhares de pessoas também se reuniram no distrito de Neukölln, em Berlim, no início da tarde, marchando até a subprefeitura e agitando bandeiras palestinas.
A polícia disse que algumas garrafas e outros objetos foram jogados contra agentes que tentaram interromper a manifestação quando foi observado que os participantes não estavam mantendo o distanciamento social mínimo.
As manifestações foram organizadas enquanto o bombardeio de Israel à Faixa de Gaza e os ataques de foguetes contra Israel pelo grupo Hamas se intensificam.
Pelo menos 136 pessoas foram mortas no território palestino desde o início das hostilidades na segunda-feira, incluindo 34 crianças. Nove pessoas em Israel foram mortas. Centenas de pessoas ficaram feridas em ambos os lados.
Os protestos pró-Palestina de sábado também marcam o Dia Nakba (dia da "catástrofe"), como os palestinos se referem à data de criação de Israel em 1948.
Advertência contra antissemitismo
O governo da Alemanha tem alertado os manifestantes para que os protestos não se transformem em uma plataforma para o antissemitismo.
A Alemanha respeita o direito de manifestação, mas "quem vier a usar esses protestos para proclamar seu ódio aos judeus estará abusando de seu direito de protestar", advertiu na sexta-feira a chanceler federal Angela Merkel, de acordo com o porta-voz do governo Steffen Seibert.
"Nossa democracia não sofrerá" protestos antissemitas, disse Seibert, citando Merkel.
Já o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier disse à edição de sexta-feira do tabloide Bild: "Quem queima bandeiras da Estrela de David ou grita slogans antissemitas em nossas ruas não está apenas abusando do direito de manifestação, mas também cometendo um crime".
– Não queremos, nem vamos tolerar o ódio aos judeus – acrescentou Steinmeier.
Preocupação com a segurança dos judeus alemães
Vários incidentes antissemitas e anti-Israel foram relatados na Alemanha desde o início do novo conflito no Oriente Médio. Bandeiras de Israel foram incineradas em Bonn, Dusseldorf e Munster, no estado da Renânia do Norte-Vestfália.
Na cidade de Gelsenkirchen, no mesmo estado, 180 pessoas marcharam da estação de trem até uma sinagoga, gritando slogans antissemitas.
O embaixador de Israel na Alemanha, Jeremy Issacharoff, pediu na sexta-feira que as autoridades alemãs "façam tudo para garantir a segurança de nossa comunidade".
– Foi terrível ver o ódio expresso aos judeus alemães e às sinagogas nos últimos dias – disse Felix Klein, o comissário do governo alemão para combate ao antissemitismo, à agência alemã de notícias Deutsche Welle (DW) na sexta-feira. "Torná-los responsáveis pelos atos do governo israelense não é aceitável de forma alguma", disse ele.
Klein pediu medidas de segurança adicionais para proteger as instituições judaicas e espera que aqueles que cometem crimes antissemitas sejam responsabilizados por seus atos.