O ex-presidente está cada vez mais à vontade para dialogar com representantes do mercado financeiro e da classe empresarial, ao passo em que o grupo, antes pouco disposto, se mostra mais interessado em ouvi-lo. A preservação do meio ambiente tem sido um dos temas recorrentes do líder popular, junto ao empresariado.
Por Redação - de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja fazer um giro pela Região Norte do país, antes do início formal da campanha, no fim do mês que vem. Os organizadores da agenda preveem que ele vá a Manaus, Belém e Macapá.
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Ainda que a região tenha pouco peso no plano eleitoral, o PT avalia que a viagem pode servir para amplificar o compromisso do futuro candidato com a preservação da Amazônia e ajudar a reforçar o contraste com Bolsonaro em um tema que tem ampla repercussão internacional.
Na véspera, o assunto foi comentado no jantar com empresários, considerado pela direção petista como um dos mais bem-sucedidos entre o petista e representantes do setor até este momento da pré-campanha. Segundo participantes, o jantar consolidou a ruptura de uma barreira que ainda se impunha entre Lula e o PIB.
Legado
O ex-presidente está cada vez mais à vontade para dialogar com representantes do mercado financeiro e da classe empresarial, ao passo em que o grupo, antes pouco disposto, se mostra mais interessado em ouvi-lo. A preservação do meio ambiente tem sido um dos temas recorrentes do líder popular, junto ao empresariado.
Durante o encontro, Lula também disse aos presentes que não haverá sustos ou surpresas em um eventual novo governo seu e que nenhuma mudança brusca será proposta sem antes ser pactuada com a sociedade. O entrosamento entre o petista e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) também se destacou à mesa.
Bem-humorado, o pré-candidato a vice-presidente fez piadas e brincou o tempo todo com os convidados. Lula chegou a dizer que os dois parecem um casal que está junto há mais de 50 anos. Alckmin falou aos presentes sobre a importância de políticas adotadas durante os governos Fernando Henrique Cardoso e do legado dos mandatos de Lula em diversas áreas, dizendo que o país viveu uma era virtuosa sob os dois.
‘Caneladas’
Lula emendou e disse que a disputa histórica entre PT e PSDB foi “um luxo” para o Brasil. Segundo o ex-presidente, as siglas discutiam, divergiam e davam “caneladas”, mas no final de um comício se encontravam e brindavam com um chope por se respeitarem e terem um compromisso com o país.
Este foi mais um aceno do ex-presidente ao PSDB após o mal-estar causado pela declaração de que a legenda tinha acabado. A fala foi feita por ele no final de maio, durante evento na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
Organizado pelos advogados Marco Aurélio de Carvalho, Sérgio Renault e Pierpaolo Cruz Bottini, o jantar na noite passada foi sediado no apartamento de Renault, nos Jardins, bairro nobre da capital paulista. Antes do encontro, uma fila de funcionários e moradores do prédio formou-se na garagem para recepcionar o pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto e fazer fotos com ele.
O jantar reuniu cerca de 30 pessoas. Estiveram lá os empresários João Camargo, Cândido Pinheiro, Pedro Silveira, Rosângela Lyra, Carlos Sanchez, Matheus Santiago, entre outros. O ex-ministro Aloizio Mercadante e o economista Gabriel Galípolo, que encabeçam as discussões na área econômica para o plano de governo do PT, o deputado estadual Emidio de Souza (PT), o vice-presidente nacional do PT, Márcio Macêdo, e os advogados Gabriela Araujo e Nelson Wilians também compareceram.