Rio de Janeiro, 16 de Setembro de 2025

Lula confirma presença em NY após chamar Trump para conversa

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Segunda, 15 de Setembro de 2025 às 20:07, por: CdB

Na semana passada, a Assembleia Geral da ONU registrou apoio majoritário ao reconhecimento do Estado Palestino e condenou os ataques do Hamas em território israelense que desencadearam a guerra em Gaza.

Por Redação – de Brasília

Apesar da má vontade do governo norte-americano com a democracia brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aceitou participar da ‘Conferência para a Solução Pacífica da Questão da Palestina’, que ocorrerá em Nova York no próximo dia 22. Lula quer aproveitar sua presença nas Nações Unidas (ONU) para reforçar a proposta de criação do Estado Palestino. A pauta o coloca, mais uma vez, no campo oposto ao do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e do presidente dos EUA, Donald Trump, contrários à proposta.

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Lula voltará à Plenária da ONU com um discurso incisivo contra a desigualdade no mundo

Na semana passada, a Assembleia Geral da ONU registrou apoio majoritário ao reconhecimento do Estado Palestino e condenou os ataques do Hamas em território israelense que desencadearam a guerra em Gaza. Apesar disso, Israel e Estados Unidos boicotaram a iniciativa.

Netanyahu declarou que “não haverá um Estado Palestino” e reafirmou a intenção de expandir assentamentos, inclusive na Cisjordânia. O Itamaraty confirmou que Lula deve participar da segunda edição da conferência, cuja primeira reunião, em julho, contou com discurso do chanceler Mauro Vieira e anúncio de medidas brasileiras contra Israel.

 

Opinião

Publicado na edição dominical do diário norte-americano The New York Times (NYT), o artigo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz parte da estratégia de comunicação para a visita do presidente aos EUA. Lula pediu diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e saiu em defesa da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sob o título ‘A democracia e a soberania do Brasil não são negociáveis’, Lula inicia o texto direcionado a Trump pedindo para “estabelecer um diálogo aberto e franco” com o presidente norte-americano sobre as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros.

“A falta de racionalidade econômica por trás dessas medidas deixa claro que a motivação da Casa Branca é política”, escreve Lula ao enumerar que os EUA têm um superávit fiscal com o Brasil e que os produtos norte-americanos não são alvo de tarifas altas para entrar no país. Lula diz ainda a Trump que motivações como “trazer empregos norte-americanos de volta e a reindustrialização” são legítimas.

“Mas recorrer à ação unilateral contra Estados individuais é prescrever o remédio errado. O multilateralismo oferece soluções mais justas e equilibradas”, acrescentou.

 

Diferenças

Outra evidência de que as tarifas não são econômicas, segundo o presidente brasileiro, é o fato de que empresários brasileiros, em busca de um canal de diálogo com os norte-americanos, ouviram do vice-secretário de Estado, Christopher Landau, que as taxas eram de fato políticas.

“Não há diferenças ideológicas que deveriam impedir dois governos de trabalharem juntos em áreas onde têm objetivos comuns”, opina o presidente brasileiro.

“Presidente Trump, nós permanecemos abertos a negociar qualquer coisa que possa trazer benefícios mútuos”, escreveu Lula antes de concluir que Brasil e EUA são “duas grandes nações capazes de se respeitar e cooperar pelo bem de brasileiros e (norte-)americanos”.

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