O premiê espanhol, Mariano Rajoy, não descartou destituir o governo da Catalunha e convocar eleições regionais se a região reivindicar a independência
Por Redação, com Reuters - de Barcelona/Madri:
O líder da Catalunha, Carles Puigdemont, passou a sofrer pressão intensa nesta segunda-feira para desistir dos planos de declarar independência depois que centenas de milhares de manifestantes contrários à separação da região do restante da Espanha foram às ruas no fim de semana para protestar contra a secessão.
A Espanha teme que o Parlamento catalão vote pela independência na terça-feira; quando Puigdemont deve discursar à Assembleia na esteira do referendo de 1º de outubro; no qual as autoridades catalãs disseram que a maioria da população votou a favor da independência
Mas o governo espanhol, estimulado pelos protestos de domingo em Barcelona, a capital catalã; deixou claro nesta segunda-feira que reagirá imediatamente a qualquer votação deste tipo.
– Estou pedindo às pessoas sensatas do governo catalão... não saltem do precipício porque levarão as pessoas com vocês – disse a vice-primeira-ministra espanhola, Soraya Sáenz de Santamaría, em uma entrevista à rádio Cope.
– Se houver uma declaração unilateral de independência; serão tomadas decisões para restaurar a lei e a democracia.
O premiê espanhol, Mariano Rajoy, não descartou destituir o governo da Catalunha; e convocar eleições regionais se a região reivindicar a independência.
As apostas são altas, uma vez que a Espanha enfrenta sua maior crise política desde que voltou a ser uma democracia quatro décadas atrás.
Produção econômica
Perder a Catalunha, que tem língua e cultura próprias, privaria a Espanha de um quinto de sua produção econômica; e mais de um quarto de suas exportações. Diversas empresas e bancos sediados em solo catalão já transferiram suas bases legais para outras regiões.
A crise também ressuscitou divisões antigas em uma nação na qual o fascismo é uma lembrança viva que vem à tona facilmente diante de demonstrações contundentes do nacionalismo.
A União Europeia tampouco mostrou interesse em uma Catalunha independente; apesar de Puigdemont ter pedido uma mediação de Bruxelas para a crise. A França, que faz fronteira com a região; disse nesta segunda-feira que não reconheceria uma declaração unilateral de independência.