A junta médica iniciou a série de testes com o objetivo de saber se Adélio representa, ou não, um perigo para a sociedade. A data foi determinada pelo juiz federal Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande. Em 2018, após a suposta facada, Adélio foi considerado inimputável e absolvido das acusações.
Por Redação - de São Paulo
Autor da suposta facada em Jair Bolsonaro (PL), então presidenciável na campanha eleitoral de 2018, o presidiário Adélio Bispo passou por uma nova perícia médica nesta segunda-feira. Após avaliada sua condição mental, o autor confesso de um atentado duvidoso poderá ganhar a liberdade. O laudo pode demorar até 30 dias para ser encaminhado do Judiciário. A avaliação teve início às 8h e ainda transcorria até o fechamento dessa reportagem.
Paciente psiquiátrico Adélio Bispo, autor da suposta facada ao então candidato Jair Bolsonaro
A junta médica iniciou a série de testes com o objetivo de saber se Adélio representa, ou não, um perigo para a sociedade. A data foi determinada pelo juiz federal Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande. Em 2018, após a suposta facada, Adélio foi considerado inimputável e absolvido das acusações. Como medida de prevenção, no entanto, permanece internado.
Os peritos da Justiça Federal chegaram ao Presídio de Campo Grande (MS), ainda nas primeiras horas desta manhã. Os profissionais apuravam quesitos apresentados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Defensoria Pública da União (DPU), entre eles, se o quadro de saúde mental apresentado pelo paciente no exame pericial citado na sentença persiste.
Atraso
A nova perícia em Adélio Bispo deveria ter sido feita até o dia 14 de junho, mas devido à falta de peritos disponíveis até a data o procedimento acabou sendo suspenso e, até então, não havia um dia determinado para que ele fosse realizado.
Em laudo de 2019, Adélio foi diagnosticado com transtorno delirante permanente paranoide, o que não permite a punição criminal, e, por isso, ele foi considerado inimputável. Uma nova perícia médica precisa ser feita três anos após a decisão para saber se o estado de saúde mental dele permanece o mesmo e se ele ainda representa um risco para a sociedade.
A Justiça Federal informou à época que "apesar dos diversos esforços da secretaria da Vara junto aos peritos cadastrados na Subseção Judiciária de Campo Grande, até a presente data não houve manifestação de interesse dos dois peritos para a realização avaliação, conforme exigido por lei”.
Pandemia
Como alternativa ao processo, a Justiça Federal solicitou a manifestação do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), quanto a existência de perito oficial, sendo informado que o “Depen não dispõe de servidor médico psiquiatra com aptidão para a realização de perícia médica e emissão de parecer pericial conclusivo”.
Diante da resposta do Depen e de nova decisão da Justiça Federal de Minas Gerais sobre a competência da perícia, a 5ª Vara Federal de Campo Grande publicou um despacho que solicitou manifestação do MPF de Mato Grosso do Sul (MS) e da Defensoria Pública.
A busca por peritos chegou a ficar momentaneamente suspensa em razão da pandemia do novo coronavírus, "bem como que a falta de peritos interessados não se restringe apenas ao presente caso", explicou a assessoria de comunicação do órgão.