Rio de Janeiro, 14 de Setembro de 2025

Justiça prorroga permanência do traficante Nem em presídio federal

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Quinta, 19 de Outubro de 2017 às 11:37, por: CdB

O documento da Secretaria de Segurança cita como exemplo os confrontos armados entre grupos rivais na Rocinha, que ocorrem há um mês

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:

O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio de Janeiro Rafael Estrela renovou, por mais 360 dias, o prazo de permanência de Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem, na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia.

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Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem

Nem, que cumpre pena em unidade federal desde novembro de 2011, é apontado como um dos envolvidos na disputa pelo controle dos pontos de venda de drogas na Rocinha, na zona sul da cidade.

O magistrado acolheu um pedido da Secretaria Estadual de Segurança do Rio, cujo relatório de inteligência apontou para o risco de aumento dos confrontos armados na cidade. O documento da Secretaria de Segurança cita como exemplo os confrontos armados entre grupos rivais na Rocinha, que ocorrem há um mês.

O juiz também decidiu prorrogar por mais 360 dias a permanência de Eliseu Felício de Souza; conhecido como Zeu, no presídio federal de Mossoró (RN). Ele foi condenado a 23 anos de prisão pela morte do jornalista Tim Lopes; em junho de 2002, no Complexo do Alemão. Zeu cumpre pena em penitenciárias federais desde dezembro de 2010.

Comandante da UPP

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão preventiva do comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju, major Alexandre Silva Frugoni de Souza.

O oficial e mais três policiais militares foram presos no último dia 11; depois que a Corregedoria da Polícia Militar encontrou armas ilegais; drogas e munição nos armários da base da UPP e no gabinete do comandante.

A decisão do juiz Marco Couto foi tomada na segunda-feira depois de uma audiência de custódia. A justificativa do magistrado é que a prisão é necessária para garantir a ordem pública. O major responderá à ação penal pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

Ainda de acordo com o magistrado, o comandante da UPP do Caju, que fica na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro; é inadmissível a conduta do oficial; cuja função serve de “farol para iluminar as condutas de seus subordinados”.

Roubo de carga

O secretário de Segurança Roberto Sá, disse na segunda-feira que o roubo de cargas caiu 24% em setembro, na região metropolitana do Rio; quando foram registrados 676 casos, em relação a setembro de 2016, quando ocorreram 892 casos.

Esse é o quarto mês consecutivo de queda, “desde maio quando começamos a operação; esse indicador vem demonstrando uma tendência de queda”, avaliou o secretário. O anúncio foi feito no Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Nova; após uma reunião com o grupo integrado de enfrentamento a roubo de cargas.

Roberto Sá disse que esta é uma redução expressiva, mas que ainda está num patamar indesejável pelas forças de segurança do Estado. “Mas mostra que estamos no caminho certo. Nós criamos um programa chamado Carga Segura; que conta com apoio imprescindível do governo federal. Estamos ocupando desde maio com a Polícia Rodoviária Federal; e a Força Nacional de Segurança as áreas em que esse indicador era mais expressivo. Há quatro meses que esse indicador vem caindo e pela primeira vez foi menor do que o mesmo mês do ano passado”.

O secretário de Segurança disse que foram tomadas medidas importantes nos últimos meses no combate ao roubo de cargas e que houve uma mudança na mancha criminal, antes concentrada nos morros do Chapadão e da Pedreira, na zona norte, devido à proximidade com a Via Dutra e a Rio-Juiz de Fora, mas que hoje está espalhada por outras favelas, como o Complexo da Maré, na zona norte e a Vila Kennedy, na zona oeste, que ficam próximas à Avenida Brasil, principal ligação da região portuária com a zona oeste do Rio, numa extensão de 54 quilômetros.

Advertência

Em julho último, o presidente da Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetranscarga), Eduardo Rebuzzi, disse que iria parar de abastrecer o Rio, caso o roubo de cargas continuasse crescendo no estado. O dirigente sindical se reuniu, com outros representantes do setor e com lideranças da área de segurança que atuam no Rio, incluindo as Polícias Militar,  Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança, no Centro Integrado de Comando e Controle.

– A tensão que está existindo aqui no Rio de Janeiro é muito grande. É óbvio que ninguém quer deixar de transportar cargas. Ninguém quer deixar de abastecer o Rio. E quando falo de abastecer, não é só colocar alimentos, roupas, eletroeletrônicos. É abastecer o aeroporto, botar gasolina nos postos. Se a paralisação chegar a um momento limite, vai parar o Rio de Janeiro como um todo –  disse Rebuzzi.

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