Em entrevista coletiva na Câmara, nesta segunda-feira, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), ministro do Desenvolvimento Agrário no governo Fernando Henrique Cardoso, afirmou que não há indícios de desvios nos contratos de publicidade durante sua gestão e disse que renuncia caso algo nesse sentido seja provado.
A Procuradoria da República no Distrito Federal encaminhou à Justiça Federal denunciando o deputado por improbidade administrativa. Segundo a denúncia, que abrange mais oito pessoas, Jungmann participou de um esquema que desviou R$ 33 milhões de recursos públicos para o pagamento de contratos de publicidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), subordinado ao ministério. Na coletiva de hoje, para contestar a acusação, Jungmann fez um balanço das investigações pelas quais esses contratos passaram.
De 2000 a 2002, segundo o ex-ministro, o Incra realizou três sindicâncias sobre o assunto. Em 2003, foi aberto o inquérito pela procuradoria e em 2004 foi instalado, pelo Incra, um processo administrativo-disciplinar, concluído no mesmo ano. Ele afirmou que em nenhum momento "existem acusações ou sequer indícios de roubo ou apropriação indébita de um real ou centavo" nas 900 páginas do processo.
Jungmann disse que não se trata, dessa forma, de uma ação penal, pois o crime não existiria. Acrescentou que todos os contratos se deram via licitação e que a lisura deles "não é contestada pelo Ministério Público".
- Eu renuncio de meu mandato se alguém achar nesse processo um desvio dessa ordem para o meu bolso ou de alguém. Mesmo porque, se isso existisse, seria desvio de dinheiro público - peculato -, declarou.
Jungmann nega envolvimento em desvio de recurso
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Segunda, 15 de Janeiro de 2007 às 16:59, por: CdB