Os procuradores norte-americanos acusaram os três de receberem subornos e propinas relacionados à venda de direitos de transmissão e marketing da Copa América e da Copa Libertadores
Por Redação, com Reuters - de Nova York:
Mais de dois anos depois que procuradores dos Estados Unidos revelaram um caso de corrupção abrangente que abalou a Fifa, três ex-dirigentes da entidade mundial de futebol foram a julgamento em um tribunal de Nova York nesta segunda-feira devido a acusações de corrupção.
A seleção de jurados deve ocorrer diante da juíza Pamela Chen no bairro do Brooklyn. Os réus são Manuel Burga, ex-presidente da federação de futebol do Peru, José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol e da federação de futebol do Paraguai.
O julgamento é parte de um inquérito criminal amplo no qual os procuradores acusaram 42 pessoas e entidades. Os procuradores descreveram uma cultura de corrupção generalizada na concessão de direitos de transmissão e marketing de jogos de futebol em todo o mundo. Burga, Marin e Napout são os primeiros acusados a serem levados aos tribunais.
Acusações
Vinte e quatro pessoas se declararam culpadas, a maioria desde que a investigação foi anunciada em maio de 2015. Mas as primeiras confissões aconteceram em 2013. As acusações contra o dirigente de futebol norte-americano Charles Blazer foram anuladas após sua morte, ocorrida em julho.
– Depois de esperar dois anos, o senhor Napout anseia por seu dia no tribunal – disse sua advogada, Silvia Pinera-Vazquez, na sexta-feira.
Charles Stillman, advogado de Marin, e Bruce Udolf, advogado de Burga; não quiseram comentar.
Entre os réus que admitiram sua culpa no caso estão Jeffrey Webb, um ex-vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf; e José Hawilla, acusado de pagar propinas para garantir contratos para sua empresa de marketing esportivo, Traffic Group.
Costas Takkas
Em outubro, Costas Takkas, descrito pelos procuradores como adido de Webb; foi condenado a 15 meses de prisão; e Hector Trujillo, ex-secretário-geral da federação de futebol da Guatemala, foi condenado a oito meses.
Outros réus não foram extraditados aos EUA.
Joseph Blatter, que foi presidente da Fifa de 1998 até o final de 2015; quando foi suspenso, não foi acusado neste caso.
Em outubro autoridades da Suíça, onde a Fifa tem sua sede; disseram estar investigando possíveis subornos na concessão dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030.