De acordo com o documento do Tribunal de Justiça do Rio, enviado ao STJ, My Thor exerce liderança no crime organizado no Rio
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:
O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Rafael Estrela, recorreu à Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o traficante de drogas Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, detido no Rio de Janeiro, permaneça no presídio federal de Catanduvas (PR), onde está desde 2006.
O traficante é um dos 55 chefes do tráfico que podem voltar ao Rio; devido a pedido de habeas corpus feito pela Defensoria Pública da União (DPU) ao Supremo Tribunal Federal (STF); propondo que todos os detentos que estão há dois anos ou mais no sistema penitenciário federal retornem a seus estados de origem. Entre eles também está Antônio Francisco Bonfim Lopes; o Nem, suspeito de ter dado ordem para uma quadrilha invadir a Favela da Rocinha, no último dia 17.
O magistrado alegou conflito de competência, já que o juiz-corregedor da Penitenciária Federal de Catanduvas havia determinado a volta de My Thor para o Rio; onde o criminoso continua fazendo parte da “mais alta cúpula da facção criminosa denominada Comando Vermelho; conhecida como comissão, conselho ou colegiado”.
Documento
De acordo com o documento do Tribunal de Justiça do Rio, enviado ao STJ, My Thor exerce liderança no crime organizado no Rio. Segundo a polícia, ele teria influenciado a ação de resgate do irmão dele, Nicolas Labre Pereira Firmino de Jesus, o Fat Family; também traficante, que estava sob custória no Hospital Souza Aguiar. O resgate ocorreu em julho do ano passado, e Fat Family foi morto dois meses depois, em confronto com a polícia, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.
Em seu ofício, o juiz também argumentou que informações colhidas pela inteligência da Secretaria de Segurança mostram que My Thor teria participado, com outros traficantes; do plano para retomar a Rocinha de uma facção rival.
Prisão
O traficante Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, foi preso em 5 de maio de 2000; por policiais do serviço reservado do 2º Batalhao de Polícia Militar, de Botafogo, Zona Sul do Rio, no Morro Santo Amaro; no Catete, onde comandava o tráfico de drogas. A polícia chegou a My Thor após receber uma denúncia anônima.
My Thor ficou conhecido pela sua crueldade. Segundo a polícia; ele costumava punir severamente moradores dos morros que comandava (além do Santo Amaro; ele é líder do tráfico no Morro Azul, também na Zona Sul), que não obedeciam às suas ordens.
Em 1997, My Thor condenou um adolescente de 14 anos à tortura por ter praticado um assalto próximo ao morro. O rapaz chegou a ser baleado nas mãos e na coxa direita.