Presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira pediu à assessoria da comissão os fundamentos jurídicos da opção de Joesley pelo silêncio.
Por Redação, com ACS - de Brasília
Em reunião conjunta da CPMI da JBS e da CPI do BNDES (do Senado), o empresário Joesley Batista, um dos controladores do grupo J&F, optou por permanecer calado. Ele não respondeu às perguntas dos deputados e senadores.
– Joesley vai continuar colaborando com a justiça, mas a orientação é a mesma feita ao Wesley (irmão de Joesley, também controlador da JBS); de usar o direito constitucional de se manter em silêncio -- explicou o advogado do empresário, Ticiano Figueiredo.
Presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) pediu à assessoria da comissão os fundamentos jurídicos da opção pelo silêncio. Três semanas atrás, diante do silêncio do irmão de Joesley, Wesley Batista; Ataídes anunciou que pediria à Justiça a revogação da delação premiada dos controladores da JBS. O senador alegou que a Lei das Delações Premiadas obriga o delator a abrir mão do silêncio.
Colaboração
Wesley e o irmão estão presos, suspeitos de usar informações privilegiadas para obter lucro com compra de dólares e venda de ações da própria JBS antes da divulgação do acordo de colaboração que fizeram com o Ministério Público.
Eles são acusados de fazer as operações financeiras entre 3 de maio, quando foi assinado o acordo de delação premiada; e o dia 17 de maio, quando foi divulgada a gravação entre Joesley e o presidente de facto, Michel Temer. Na ocasião, o acordo de colaboração se tornou público.
Eles também são investigados pela comissão por irregularidades na formalização dos acordos de colaboração firmados com o Ministério Público e homologados pelo Supremo Tribunal Federal. A audiência ocorreu no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.