Depois de diminuir ante picos registrados no final de março, a contagem diária de mortes e infecções na Itália desacelerou, mas não está caindo acentuadamente, como era esperado pelos italianos que estão em isolamento há um mês.
Por Redação, com agências internacionais - de Roma
As mortes pela epidemia de Covid-19 na Itália aumentaram 619 no sábado, ante 570 no dia anterior, e o número de novos casos subiu para 4.694 contra 3.951. O número diário de mortes foi o mais alto desde 6 de abril e o aumento de infecções foi o maior desde 4 de abril.
Equipe médica de hospital em Milão transportando paciente de 18 anos contaminado pelo coronavírus
Depois de diminuir ante picos registrados no final de março, a contagem diária de mortes e infecções na Itália desacelerou, mas não está caindo acentuadamente, como era esperado pelos italianos que estão em isolamento há um mês.
O número total de mortos desde o surgimento do surto em 21 de fevereiro subiu para 19.468, disse a Agência de Proteção Civil, em nível semelhante ao patamar dos Estados Unidos, o outro país mais atingido em termos de números absolutos. O número de casos confirmados oficialmente subiu para 152.271, o terceiro maior número global atrás dos Estados Unidos e da Espanha.
Suporte
Havia 3.381 pessoas em terapia intensiva neste sábado, contra 3.497 na sexta-feira, um oitavo declínio diário consecutivo. Dos infectados originalmente, 32.534 foram declarados recuperados contra 30.455 no dia anterior.
Na véspera, o Partido Democrático (PD), principal sigla de centro-esquerda da Itália, propôs um novo imposto sobre a renda de cidadãos que ganham mais de 80 mil euros por ano para financiar ações de combate à pandemia do novo coronavírus.
A proposta foi feita pelos deputados do PD, "em sintonia com o restante do partido". A contribuição valeria para os anos de 2020 e 2021 e incidiria apenas sobre o excedente acima de 80 mil euros. Segundo os parlamentares Graziano Delrio, ex-ministro da Infraestrutura, e Fabio Melilli, o objetivo é arrecadar 1,3 bilhão de euros por ano.
Proposta
"Um país grande e solidário como a Itália não pode ignorar o tema de como a classe dirigente e aqueles com rendas mais elevadas devem ser chamados a contribuir em favor daqueles que não podem. O grupo do PD na Câmara acha oportuno introduzir uma contribuição de solidariedade a cargo das rendas mais altas, a ser destinada a todos aqueles que estão em situação de pobreza por causa da crise", diz uma nota dos deputados.
O PD integra o governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte em aliança com o populista Movimento 5 Estrelas (M5S), o centrista Itália Viva (IV), do ex-premiê Matteo Renzi, e outros partidos menores de esquerda.
A proposta, no entanto, provocou rechaço quase unânime, da situação à oposição. "Agora não é o momento de pedir mais sacrifícios aos italianos, permanecemos contrários a qualquer forma de taxa patrimonial", disse à ANSA o líder interino do M5S, Vito Crimi.
Pandemia
Já o ex-presidente do Parlamento Europeu e vice-mandatário do partido conservador Força Itália (FI), Antonio Tajani, chamou a proposta do PD de "inaceitável". Vamos nos opor a qualquer tentativa de colocar as mãos no bolso dos italianos", disse.
Por conta da pandemia, o déficit fiscal da Itália deve explodir em 2020 e ultrapassar a marca de 10% do PIB, segundo estimativas do setor financeiro. Isso deve pressionar a dívida pública italiana, atualmente em pouco mais de 130% do Produto Interno Bruto, a segunda maior na zona do euro.