Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 2025

Itália aprova lei eleitoral favorável a partidos tradicionais

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Quinta, 26 de Outubro de 2017 às 12:22, por: CdB

O projeto de lei já fora aprovado pela Câmara graças a uma bateria de moções de confiança, e agora só precisa receber a sanção do chefe de Estado para se tornar lei

Por Redação, com Reuters e EFE - de Roma:

O Senado da Itália aprovou nesta quinta-feira um novo sistema eleitoral que deve prejudicar o partido anti-establishment Movimento 5-Estrelas em uma eleição nacional próxima e favorecer blocos políticos tradicionais.

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Visão geral do Senado italiano, em Roma

O projeto de lei já fora aprovado pela Câmara graças a uma bateria de moções de confiança; e agora só precisa receber a sanção do chefe de Estado para se tornar lei; o que deve ocorrer nos próximos dias.

O sistema de votação, uma mistura de representação proporcional e voto nominal; deve beneficiar partidos que formam coalizões antes da eleição, algo que o 5-Estrelas sempre descartou.

Mas pesquisas de intenção de voto indicam que, dadas as tendências atuais; o sistema não resultará em um vencedor claro, o que significa que algum tipo de grande coalizão provavelmente será necessária após as próximas eleições; marcadas para maio de 2018.

Lei

O presidente italiano, Sergio Mattarella, havia pedido ao Parlamento para esboçar uma nova lei para harmonizar os sistemas existentes; que implicam o risco de produzir resultados diferentes nas duas Casas.

Todas as tentativas anteriores de reforma foram frustradas por disputas políticas internas. Mas surpreendentemente o Partido Democrático, do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi; fez um acordo com a Força Itália, do também ex-premiê Silvio Berlusconi, a respeito de um sistema de votação revisado. O partido de direita Liga Norte também apoiou a iniciativa.

O projeto de lei foi aprovado no Senado por 214 votos a 61.

Lombardia e Vêneto

Duas das regiões mais ricas da Itália, Vêneto e a Lombardia, optaram no domingo por reclamar mais autonomia ao Estado, depois de realizar referendos consultivos. Os governadores anteciparam que, para isso, vão iniciar negociações com o governo. A informação é da agênciaEFE.

Em Vêneto, com 86,5% dos votos apurados, 98,1% dos eleitores votaram a favor. No caso da Lombardia, com 60% dos votos apurados, 95,64% votaram a favor e 3,61% contra, com 0,75% de votos nulos.

Ainda que não tenha estabelecido um quórum, o governador lombardo, Roberto Maroni, tinha reconhecido que se formaria se superasse os 34% registrados na reforma constitucional de 2001. No entanto seus oponentes políticos já falam de fracasso ao não chegar aos 50%.

O presidente de Vêneto, Luca Zaia, que como Maroni pertence à xenófoba Liga Norte (LN), comemorou os resultados, considerando-os “um sucesso”. Ele anunciou que nesta segunda-feira convocará seu gabinete para preparar o projeto antes de iniciar a negociação.

Zaia defendeu o modelo de uma Itália que avance para o federalismo e assegurou que exigirão de Roma 20 competências, bem como a retenção de 90% dos impostos.

O governador de Vêneto reconheceu que os sistemas de contagem de votos foram objeto de um ataque cibernético, o que explica o atraso na publicação dos resultados.

Maroni destacou o “compromisso importante” adquirido com essa votação: “Impulsionar o mandato histórico; que milhões de lombardos me deram para ter uma autonomia verdadeira. Ir a Roma e pedir mais competências e recursos para a Lombardia”, declarou.

O subsecretário do Governo para Assuntos Regionais, Gianclaudio Bressa; afirmou que o governo de Paolo Gentiloni “está preparado” para fazer tal negociação.

 
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