Segunda, 23 de Setembro de 2019 às 06:52, por: CdB
Os Estados Unidos e a Arábia Saudita culparam o Irã pelos ataques de 14 de setembro, que inicialmente reduziram pela metade a produção de petróleo saudita.
Por Redação, com Reuters - de Londres/Genebra
O Reino Unido acredita que o Irã foi responsável por um ataque a instalações de petróleo sauditas e trabalhará com os Estados Unidos e aliados europeus em uma resposta conjunta, disse o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, nesta segunda-feira.
Premiê britânico, Boris Johnson
Os Estados Unidos e a Arábia Saudita culparam o Irã pelos ataques de 14 de setembro, que inicialmente reduziram pela metade a produção de petróleo saudita. O movimento houti do Iêmen, alinhado ao Irã, assumiu a responsabilidade.
– O Reino Unido está atribuindo responsabilidade com um grau muito alto de probabilidade ao Irã pelos ataques à Aramco. Acreditamos que é muito provável que o Irã tenha sido responsável – disse Johnson a repórteres no avião durante viagem a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU.
– Trabalharemos com nossos amigos americanos e europeus na construção de uma resposta que tente diminuir as tensões na região do Golfo – acrescentou.
Uma autoridade do governo do Reino Unido disse que a reivindicação de responsabilidade dos houthis era “implausível”, diante da escala, sofisticação e alcance do ataque.
Ação militar
Questionado se o Reino Unido descartava uma ação militar, Johnson disse que estava observando de perto uma proposta dos Estados Unidos de fazer mais para ajudar a defender a Arábia Saudita.
– Claramente, se formos solicitados, seja pelos sauditas ou pelos americanos, a desempenhar um papel, consideraremos de que maneira podemos ser úteis – afirmou.
Johnson disse que discutirá as ações do Irã na região com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, durante a reunião da ONU, além de pressionar pela libertação de vários cidadãos iranianos que, segundo ele, estão sendo mantidos presos de forma ilegal e injusta.
Golfo Pérsico
O presidente iraninano, Hassan Rouhani, vai apresentar um plano para gerar segurança no Golfo Pérsico em cooperação com outros países da região, nesta semana, quando comparecerá a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Arábia Saudita e Estados Unidos acusam o Irã de ter atacado instalações petrolíferas sauditas em 14 de setembro, no maior ataque do tipo contra o maior exportador mundial de petróleo.
O Irã nega envolvimento no ataque, cuja responsabilidade foi assumida pelo movimento Houthi, do Iêmen, grupo aliado aos iranianos e que luta contra uma coalizão liderada pelos sauditas na guerra civil iemenita.
– Neste ano vamos apresentar um plano ao mundo nas Nações Unidas, de que a República Islâmica do Irã, em cooperação com outros países da região, pode gerar segurança para o Golfo Pérsico e o mar de Omã, com a ajuda dos países da região – disse Rouhani segundo sua página oficial na Internet.
Ele não entrou em detalhes.
Rouhani foi Nova York nesta segunda-feira e volta para Teerã na quinta, noticiou a agência de notícias estatal Irna, citando um assessor de imprensa do gabinete de Rouhani.
O presidente dos EUA, Donald Trump, aprovou na sexta-feira o envio de tropas norte-americanas para robustecer as defesas aéreas e antimísseis da Arábia Saudita, após o ataque contra as instalações petrolíferas sauditas.
Rouhani disse que a presença de forças estrangeiras na região gera insegurança para produção e transporte de petróleo.
A Arábia Saudita descreveu os ataques contra as instalações de Abqaiq e Khurais como um teste para saber se há vontade mundial de preservar a ordem internacional. O país vai buscar a formação de uma frente unida na Assembleia Geral da ONU.
– Não somos nós que vamos violar as fronteiras de outros, assim como não vamos permitir que ninguém viole nossas fronteiras – disse Rouhani numa cerimônia em comemoração do aniversário do início da guerra contra o Iraque (1980-1988), de acordo com sua página.
Em separado, o comandante da marinha iraniana disse que a República Islâmica irá se defender contra qualquer agressão.
– No caso de qualquer cálculo mal feito e agressão do inimigo, (a marinha), junto com outras forças armadas do país, vai ter a reação mais destruidora no tempo mais curto possível – disse o contra-almirante Hossein Khanzadi, segundo a agência semioficial de notícias Mehr.