O governo iraniano negou, nesta quinta-feira, as acusações dos Estados Unidos de que os rebeldes xiitas iraquianos estariam sendo armados com material bélico de última geração, sob o patrocínio do Irã. O subsecretário de Estado americano, Nicholas Burns, disse que os militares dos Estados Unidos prenderam iranianos suspeitos de estarem fornecendo tecnologia para os guerrilheiros em várias partes do país.
- É uma situação muito séria. E a mensagem dos Estados Unidos é que o Irã tem que parar e desistir - disse Burns, segundo a agência inglesa de notícias Reuters.
Burns disse que cinco iranianos detidos em 11 de janeiro em uma operação em um consulado iraniano no Iraque não seriam diplomatas como alega o Irã, mas sim integrantes do Al Quds, o serviço secreto da Guarda Revolucionária do Irã que geralmente conduz operações fora do país.
- Eles são integrantes do Al Quds, engajados na violência sectária - disse Burns.
Em outra entrevista, à uma rádio norte-americana, ele disse que integrantes do serviço secreto iraniano estariam transferindo "tecnologia explosiva sofisticada para grupos xiitas iraquianos que estariam usando essa tecnologia para alvejar e matar soldados norte-americanos".
Washington já havia dito que o Irã fornece a insurgentes explosivos capazes de perfurar a pesada blindagem de seus veículos militares. Militares britânicos também fizeram acusações semelhantes no ano passado. Burns disse que os EUA vêm monitorando a atividade iraniana no Iraque há dois anos e que estão sendo encontras cada vez mais evidências de seu apoio à insurgência xiita.
Recentemente, a administração Bush vem adotando um tom mais duro em relação ao Irã. Em seu discurso do Estado da União, o presidente George W. Bush acusou o Irã de armar "os terroristas do Hezbollah" e disse que "o mundo não vai permitir que o regime iraniano adquira armas nucleares".