A descoberta veio à tona no âmbito das investigações que resultaram na operação deflagrada nesta terça-feira, com mandados de busca e apreensão cumpridos nos Estados do Rio e de São Paulo.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou que Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, um egípcio procurado pelo FBI por ligação com o grupo Al-Qaeda, atuou como operador financeiro do Comando Vermelho (CV), uma das principais facções criminosas do país.

A descoberta veio à tona no âmbito das investigações que resultaram na operação deflagrada nesta terça-feira, com mandados de busca e apreensão cumpridos nos Estados do Rio e de São Paulo. Ibrahim, no entanto, não foi alvo direto da ação.
De acordo com os investigadores, Mohamed tem “relevante histórico no sistema financeiro informal vinculado ao Comando Vermelho” e é suspeito de ser “agente facilitador de operações financeiras em nome da Al-Qaeda”. A informação indica uma possível interseção entre o crime organizado brasileiro e redes internacionais de financiamento de grupos considerados terroristas.
O nome de Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim já consta na lista de procurados do FBI (Federal Bureau of Investigation), a principal agência federal de investigação dos Estados Unidos, com funções tanto de polícia quanto de inteligência. Ele é acusado por autoridades do país de envolvimento com a Al-Qaeda, organização terrorista fundada por Osama bin Laden no final dos anos 1980 e responsável por ataques como os de 11 de setembro de 2001.
As conexões investigadas revelam que Ibrahim teria movimentado recursos e prestado serviços de lavagem de dinheiro não apenas para estruturas ligadas à Al-Qaeda, mas também para integrantes do Comando Vermelho, reforçando a atuação de redes financeiras ilegais transnacionais. Segundo a Polícia Civil, ele operava no chamado sistema de “hawala”, uma rede informal de transferência de valores baseada na confiança e amplamente usada fora dos sistemas bancários tradicionais.
Operação com alvos no Rio e em São Paulo
A operação desta terça-feira teve como um dos focos Vivi Noronha, influenciadora digital e companheira do cantor de funk MC Poze do Rodo. Ela é investigada por supostamente ter recebido recursos oriundos da lavagem de dinheiro operada por laranjas ligados ao traficante Fhillip da Silva Gregório, o Professor, morto no domingo. Vivi, porém, não foi presa.
Embora Mohamed Ibrahim não tenha sido alvo direto da operação, seu nome surgiu nas apurações como figura-chave no esquema que conectava o tráfico carioca a operadores internacionais. A Polícia Civil segue investigando o alcance dessas relações e a possibilidade de envolvimento de outras figuras estrangeiras em atividades financeiras ligadas ao CV.