Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 2025

Integrantes do MST ocupam fazenda no norte fluminense

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Sexta, 19 de Janeiro de 2007 às 08:30, por: CdB

Cerca de 53 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Arroz Dourado, em São Francisco do Itabapoana, na região norte do Estado e já estão construindo barracas para se estabelecer. Eles estão no local desde a madrugada de quarta-feira e os proprietários ainda não se manifestaram. Segundo um dos dirigentes estaduais do MST, Lucas Miranda, somente os seguranças da família se aproximaram do acampamento.

Segundo Miranda o objetivo da ocupação é agilizar a desapropriação da fazenda, decretada em novembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. - Há dois meses nós tivemos o decreto de desapropriação da terra. Mas por conta da demora, resolvemos ocupar a fazenda novamente, para pressionar o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e o governo - explicou.

Os integrantes do MST se estabeleceram na fazenda Arroz Dourado em julho de 2005, depois que a área foi considerada improdutiva pelo Incra. Em julho do ano passado, a Justiça Estadual decretou a reintegração de posse, apesar de o processo de desapropriação tramitar na Justiça federal. Com isso, segundo o dirigente do MST, os sem-terra foram expulsos da área.

- Foi um despejo muito violento, porque queimaram nossas barracas, prenderam o nosso advogado e a gente passou por várias dificuldades. As famílias ficaram ao relento e não tiveram para onde ir. Alguns objetos foram queimados, porque não tiveram tempo de tirar, e as famílias levaram um bom tempo sendo ameaçadas ainda pelo fazendeiro - destacou Lucas Miranda.

Em novembro, os técnicos do Incra foram à fazenda fazer a avaliação da propriedade, mas foram impedidos pelos donos da fazenda, de acordo com o superintendente regional do órgão, Gustavo Souto.

- Foi um ato de arbitrariedade dos proprietários, de não deixar os técnicos do Incra executarem seu dever legal. Uma vez que a área foi decretada de interesse social para reforma agrária, o dever dos técnicos era ir lá e fazer a avaliação para determinar qual indenização seria justa ao proprietário - afirmou Miranda.

A procuradoria jurídica do Incra informou que até a próxima terça-feira deverá entrar com uma ação na Justiça contra os proprietários da Fazenda Arroz Dourado. A expectativa é de que o resultado do processo saia em 10 dias.

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