Para ser considerado como tal, é necessário atingir a marca de 50 cirurgias anuais, conforme estipulado pelas organizações internacionais Pituitary Society e European Neuroendocrine Association
Por Redação, com ACS - do Rio de Janeiro:
Com quatro anos de funcionamento, o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC) mais que dobrou a meta e foi classificado como centro de excelência em cirurgias de tumores da hipófise ao alcançar a média de 137 procedimentos por ano. Para ser considerado como tal, é necessário atingir a marca de 50 cirurgias anuais, conforme estipulado pelas organizações internacionais Pituitary Society e European Neuroendocrine Association.
– É com muito orgulho que falamos dos resultados que são alcançados pelas nossas unidades. O IEC é uma unidade de excelência e que vem realizando um trabalho fantástico para a população do Rio de Janeiro, com equipes competentes atuando nas mais diversas especialidades – destacou o secretário de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr.
A hipófise é uma glândula endócrina localizada no cérebro e um dos tumores que podem atingi-la é conhecido como acromegalia, que causa o gigantismo na infância e o aumento das extremidades no paciente adulto pelo excesso na produção do hormônio do crescimento. Para estes casos, o IEC apresenta taxa de cura de aproximadamente 50%, semelhante aos grandes centros internacionais.
Doença de Cushing
Outro caso é a Doença de Cushing, causada, geralmente, por tumores de cerca de um centímetro, que ocasiona o excesso de cortisol, resultando em problemas como obesidade, diabetes, tromboses, infecções e até alterações psíquicas como a depressão. Se não for curado, pode levar à morte em até cinco anos.
– É uma doença que precisa ser diagnosticada rápido, e por causa dos sintomas, que são comuns também em outras enfermidades; muitas vezes demora-se para descobrir. Nossa taxa de cura dos adenomas (tumores) menores de um centímetro é de 100%. A Doença de Cushing não possui tratamento definitivo com drogas; e a cirurgia precisa ser feita num centro de excelência – afirmou a coordenadora do Serviço de Neuroendocrinologia e do Laboratório de Genética Molecular da unidade, Mônica Gadelha, que apresentou os resultados do IEC no 15º Congresso Americano de Hipófise.
Laudo
Durante o congresso, que aconteceu nos Estados Unidos, a médica apresentou também o laudo desenvolvido; em parceria com o Laboratório de Neuropatologia do IEC, com informações tão completas dos marcadores de agressividade tumoral; que é capaz de apontar especificamente o tratamento necessário ao paciente. Este laudo é o único existente no país com tamanha precisão.
– O desenvolvimento deste laudo exigiu os esforços de vários profissionais e o uso de tecnologias de última geração. Ao final, temos um resultado detalhado em um período de até cinco dias. Foi um investimento necessário para desenvolvermos algo acessível – disse a coordenadora do laboratório, a neuropatologista Leila Chimelli.