Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constata que as indústrias brasileiras estão investindo mais na chamada tecnologia limpa (que não agride o meio ambiente).
De acordo com a pesquisa, de 1997 a 2002, o investimento em controle ambiental (aquisição de máquinas e equipamentos, construção de estações de tratamento e despesas com o funcionamento de aparelhos que não poluem o ecossistema) deu um salto de 83,9%, descontando-se a inflação no período. Em 1997, as empresas destinaram a essa área R$ 10,5 bilhões. Em 2002, os investimentos no setor já somavam R$ 22,1 bilhões.
Para o técnico do IBGE Paulo Gonzaga, esse movimento reflete uma maior consciência ambiental por parte das empresas, mas também pressões do mercado.
- Há vários determinantes, como aumento da consciência ambiental, pressões da sociedade através de leis e os desastres ambientais que levaram as empresas a adotar uma postura mais ativa nessa área. É uma estatística só de esforço, e não de resultados, mas percebemos claramente que há um esforço crescente entre as indústrias brasileiras, e isso se traduz em maiores investimentos -, diz.
Gonzaga destacou que o mercado externo é cada vez mais exigente em relação ao cumprimento de normas ambientais. Segundo a pesquisa, o receio das organizações de que danos ambientais prejudiquem a imagem corporativa e o maior rigor das agências de regulação ambiental também influenciaram esse crescimento.
A pesquisa revela que aumentou o número de empresas que direcionam parte de seus recursos à questão ambiental, e elas são principalmente grandes organizações. Em 1997, as indústrias com esse tipo de preocupação, que somavam 3.823 empresas, representavam 34,1% do total da produção industrial; em 2002, já havia 6.691 indústrias que investiam em controle ambiental e elas respondiam por 48,2% do total da produção.
Outra constatação é que o valor investido pelo conjunto das empresas aumentou de 13,9% para 18,7% no período. O movimento foi puxado, principalmente, pela indústria de transformação, cujo aumento nesses investimentos foi de 92,6%.
No primeiro ano de investigação, os setores de alimentos e bebidas eram os principais investidores em controle ambiental, já em 2002 a maior concentração dos investimentos passou para as divisões de fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool.
Indústrias brasileiras investem mais em questões ambientais
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Sexta, 26 de Janeiro de 2007 às 14:00, por: CdB