Um oficial da Força Aérea indonésia desmentiu, nesta terça-feira, os relatos de que teriam sido encontrados 12 sobreviventes do acidente aéreo em Sulawesi. Segundo o brigadeiro Eddy Suyanto, o aparelho continua desaparecido. Autoridades haviam dito anteriormente que os destroços do Boeing 737-400 tinham sido achados numa região montanhosa e que haveria 12 sobreviventes.
- A localização não foi encontrada. Pedimos desculpas por termos apresentado uma notícia que não era verdadeira - disse o brigadeiro Suyanto, envolvido na operação de buscas.
- Não é verdade que o local do acidente tenha sido encontrado. Não encontramos nada ao chegar ao local - reiterou o ministro dos Transportes, Hatta Radjasa, na mesma entrevista coletiva, realizada menos de uma hora depois de outra entrevista em que ele descrevia as dificuldades das equipes em alcançarem o lugar onde supostamente havia sido encontrado o avião.
O avião da Adam Air perdeu contato com a torre de controle na segunda-feira, cerca de uma hora antes de pousar na cidade de Manado, no norte de Sulawesi, segundo autoridades.
Havia três norte-americanos entre os 96 passageiros do avião. Os demais, assim como os seis tripulantes, eram indonésios. Suyanto havia dito anteriormente a uma rádio que os destroços haviam sido localizados numa área montanhosa a cerca de 20 quilômetros da região de Polewali, e que os sobreviventes seriam levados à cidade de Makassar. Mas Hatta já havia lançado dúvidas sobre essa versão, dizendo que ela se baseava em relatos da população local e não estava confirmada.
Autoridades dizem agora que as buscas prosseguirão em outros locais, especialmente nas áreas do oeste da ilha de Sulawesi, de onde foram detectados sinais de alarme na segunda-feira, antes de o avião perder contato. O trabalho de busca é dificultado pelo mau tempo e pelo terreno acidentado e com muita mata. Um porta-voz do presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, divulgou nota exigindo uma plena investigação do caso.
O Ministério dos Transportes disse que o avião havia sido inspecionado pelas autoridades em dezembro de 2005, operação que seria repetida em janeiro. O aparelho não apresentava problemas e havia voado 45.371 horas, segundo as autoridades e a empresa. Dois dias antes do desaparecimento do Boeing, o mau tempo havia provocado o naufrágio de uma balsa no litoral de Java, num acidente em que pelo menos 200 pessoas já foram resgatadas, mas cerca de 400 permanecem desaparecidas.
Em fevereiro, um 737-300 da Adam Air fez um pouso de emergência devido a falhas no sistema de navegação. A empresa voa desde 2003 e seus 19 Boeings 737 operam dezenas de rotas domésticas e também para Cingapura. Em janeiro, um jornal disse que a Adam Air, que tem como sócio Agung Laksono, presidente do Parlamento, pretende abrir seu capital em 2008 em Cingapura.