Segundo o metropolita, alguns comentários do papa Francisco e de seus assistentes "não contribuem de forma alguma" para a preparação de um encontro de Jorge Bergoglio com o Patriarca Cirilo e para uma maior cooperação entre as duas Igrejas".
Por Redação, com ANSA - de Moscou
As relações entre a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica Romana estão "praticamente congeladas", disse nesta segunda-feira o metropolita Antonio de Volokolamsk, chefe do Departamento para as Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou.
Francisco e Cirilo tiveram um histórico encontro em fevereiro de 2016 em Cuba e realizaram uma videoconferência em 16 de março deste ano
– Ultimamente, infelizmente, devo dizer que nossas relações estão praticamente congeladas – declarou ele no programa Church anda the World, na emissora Russia-24 TV.
Segundo o metropolita, alguns comentários do papa Francisco e de seus assistentes "não contribuem de forma alguma" para a preparação de um encontro de Jorge Bergoglio com o Patriarca Cirilo e para uma maior cooperação entre as duas Igrejas".
Como exemplo, o representante da Igreja Ortodoxa russa lembrou que o último encontro entre os dois líderes religiosos, realizado em março por meio de comunicação remota, foi de "natureza benevolente".
No entanto, passado algum tempo, a Igreja russa se surpreendeu ao ler a entrevista do Pontífice, na qual ele "admitia expressões absolutamente inadmissíveis neste contexto e informava que o encontro não se realizaria e que, em geral, ele não estava indo a lugar nenhum".
Encontro em Jerusalém foi suspensa
Volokolamsk enfatizou ainda que a preparação de um encontro em Jerusalém foi suspensa pelo Vaticano.
Francisco e Cirilo tiveram um histórico encontro em fevereiro de 2016 em Cuba e realizaram uma videoconferência em 16 de março deste ano, quando o líder católico alertou o patriarca ortodoxo que "as guerras são sempre injustas" e que figuras religiosas "não devem usar a linguagem da política".
Cirilo está alinhado ao regime de Vladimir Putin e já demonstrou apoio público à invasão da Ucrânia pela Rússia. Além disso, culpou o Ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pelo conflito.