Bolsonaro fez a declaração em um vídeo cheio de cortes, gravado e publicado por um canal bolsonarista. Embora negue ser homofóbico, em 2011, ainda como deputado, o mandatário neofascista disse que “seria incapaz de amar um filho homossexual” e preferia vê-lo morto do que ao lado de "um bigodudo".
Por Redação - de Brasília
Não havia passado 24 horas desde que o governador Eduardo Leite (PSDB-RS) afirmou sua homossexualidade, em um programa de TV, e o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disparou sua metralhadora cheia de preconceitos. Segundo o mandatário neofascista, o gaúcho busca um "cartão de visita" para sua candidatura e que está "se achando o máximo".
— O cara ontem está achando que é o máximo, se achando o máximo. 'Olha', bateu no peito, 'eu assumi'. É o cartão de visita para a candidatura dele. Ninguém tem nada contra a vida particular de ninguém, agora, querer impor seu costume, seu comportamento para os outros, não — afirmou o presidente na interação diária com seus seguidores à saída do Palácio da Alvorada, no conhecido ‘chiqueirinho’.
Entrevista
A declaração foi parar na internet, em um vídeo cheio de cortes, gravado e publicado por um canal bolsonarista. Embora negue ser homofóbico, em 2011, ainda como deputado, Bolsonaro disse que “seria incapaz de amar um filho homossexual”.
— Não vou dar uma de hipócrita aqui. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí — disse, à época.
Na noite passada, em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, Eduardo Leite se declarou gay. Ele também abordou o assunto em entrevista à revista Piauí.
— Eu sou gay. E sou um governador gay, e não um gay governador, tanto quanto [Barack] Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro. E tenho orgulho disso — revelou-se.
Candidato
Ele afirmou, porém, que atualmente "nesse Brasil com pouca integridade a gente precisa debater o que se é". Ainda na entrevista, o governador contou que namora um médico do Espírito Santo. Disse que tem admiração pelo namorado, que trabalhou em hospitais de campanha na pandemia.
— Eu nunca falei sobre um assunto que eu quero trazer pra ti no programa, que tem a ver com a minha vida privada e que não era um assunto até aqui porque se deveria debater mais o que a gente pode fazer na política, e não exatamente o que a gente é ou deixa de ser — acrescentou.
Leite é um dos cotados pelo PSDB para disputar a Presidência da República nas eleições de 2022. O partido deverá realizar prévias em novembro.