A capital libanesa amanheceu, nesta terça-feira, sob uma espessa camada de fumaça. Centenas de manifestantes bloquearam as principais vias de acesso e ruas de Beirute e paralisaram grande parte da cidade.
A oposição, liderada pelo grupo militante islâmico Hezbollah, convocou uma greve geral para esta terça-feira, como parte de sua campanha para forçar a renúncia do governo liderado pelo primeiro-ministro Fouad Siniora.
Segundo testemunhas, além dos pneus em chamas, os manifestantes ergueram barricadas para bloquear as ruas e estradas e impedir a população de ir ao trabalho. Líderes libaneses pró-Ocidente acusaram os grevistas de tentarem um golpe de Estado.
- O que está ocorrendo está londe de ser democrático. Isso é puro terrorismo para paralisar o país - disse o líder cristão Samir Gaegea ao canal árabe Al Jazeera.
A única via de acesso ao aeroporto de Beirute foi bloqueada, da mesma forma como as principais estradas ligando a capital a outras cidades. Nuvens de fumaça dos pneus queimados formavam uma nuvem escura sobre a cidade, disseram testemunhas.
O governo já avisou que tropas poderão ser usadas para manter a ordem e pediu que as pessoas vão ao trabalho normalmente. Os manifestantes afirmaram que vão manter os protestos até atingirem seus objetivos.
Governo de unidade
O Hezbollah quer a formação de um governo de unidade nacional no qual o grupo e seus aliados tenham uma fatia suficiente para garantir poder de veto. Desde 1º de dezembro, a oposição vem sitiando o prédio do governo em Beirute.
Segundo analistas internacionais, como até agora a estratégia não teve o efeito desejado, a oposição decidiu aumentar a pressão convocando esta greve geral. O movimento coloca o país em uma situação incerta e muito tensa. A greve ocorre em um momento delicado para o governo, já que potenciais doadores são em Paris nesta terça-feira para uma conferência com o objetivo de ajudar o Líbano a se recuperar do conflito com Israel no ano passado.
Hezbollah convoca greve geral e pára a capital libanesa
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Terça, 23 de Janeiro de 2007 às 09:45, por: CdB