De acordo com o chefe do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos Ocupados, Jonathan Whittall, mais de 400 pessoas já foram assassinadas.
Por Redação, com ANSA – de Gaza
A Defesa Civil da Faixa de Gaza, enclave controlado pelo grupo fundamentalista Hamas, denunciou nesta terça-feira a morte de mais 46 palestinos por fogo israelense nos arredores de centros de distribuição de ajuda humanitária.

De acordo com o organismo, o primeiro ataque ocorreu no centro de Gaza, nas primeiras horas do dia, quando “forças de ocupação miraram com projéteis e granadas de tanques as aglomerações de cidadãos na fila para ajuda”, matando 21 pessoas.
Já o segundo, com 25 vítimas, aconteceu no noroeste de Rafah, no sul do enclave, a cerca de dois quilômetros de um ponto de distribuição de itens de primeira necessidade apoiado pelos Estados Unidos. Segundo a Defesa Civil, palestinos foram alvejados enquanto tentavam chegar ao centro humanitário.
De acordo com o chefe do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos Ocupados, Jonathan Whittall, mais de 400 pessoas já foram assassinadas enquanto tentavam obter comida na Faixa de Gaza desde que Israel revogou o bloqueio à entrada de ajuda, há pouco mais de um mês.
Gaza
A distribuição, no entanto, é feita pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), organização apoiada tanto pelos EUA quanto pelo governo de Israel. “As crianças de Gaza arriscam a vida por alguns sacos de farinha. Desde que o bloqueio israelense foi levantado, as mortes se multiplicaram perto de locais de distribuição de ajuda. O simples fato de querer sobreviver se tornou uma condenação à morte”, declarou Whittall.
Ainda de acordo com ele, os centros humanitários foram “deliberadamente montados em zonas militarizadas”. “Essas condições foram criadas para matar”, disse o dirigente das Nações Unidas, definindo a situação como uma “carnificina”.
Já o chefe da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa), Philippe Lazzarini, afirmou que o mecanismo das “assim chamadas ajudas humanitárias” é uma “aberração que humilha e degrada as pessoas em dificuldade”.