Rio de Janeiro, 10 de Setembro de 2025

Hamas acusa Israel de roubar órgãos de corpos de palestinos

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Quarta, 27 de Dezembro de 2023 às 15:29, por: CdB

A imprensa israelense, por sua vez, alega que os palestinos mortos na Faixa de Gaza foram devolvidos e enterrados em uma vala comum em Rafah, depois de terem sido retirados de necrotérios e sepulturas.


Por Redação, com ANSA - de Gaza


O gabinete de imprensa da Faixa de Gaza, gerido pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas, acusou o Israel de roubar órgãos de pelo menos 80 corpos de palestinos que foram devolvidos na terça-feira.




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Grupo pediu a abertura de uma investigação sobre o caso

De acordo com a organização política e militar, as forças israelenses "roubaram a dignidade" de dezenas de pessoas ao devolvê-los "mutilados".


"O exame dos corpos indica claramente que Israel roubou seus órgãos vitais", diz a nota divulgada pelo Hamas, acrescentando que não é a primeira vez que isso acontece.


O Hamas também apelou pela abertura de uma investigação internacional independente sobre o episódio.


A imprensa israelense, por sua vez, alega que os palestinos mortos na Faixa de Gaza foram devolvidos e enterrados em uma vala comum em Rafah, depois de terem sido retirados de necrotérios e sepulturas.



Gaza diz que número de mortos passa de 21 mil


Chegou a 21.110 o número de mortos na Faixa de Gaza durante o conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, que controla o enclave palestino, segundo boletim divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde local.


O balanço inclui 195 vítimas registradas nas 24 horas anteriores e também contabiliza 55.243 feridos e 7 mil desaparecidos desde o início da guerra, deflagrada após atentados terroristas cometidos pelo Hamas em Israel em 7 de outubro, com saldo de 1,2 mil mortos.


Além disso, 164 militares israelenses já morreram na incursão terrestre em Gaza.


Também nesta quarta-feira, o grupo fundamentalista desmentiu uma informação divulgada por um porta-voz do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica do Irã de que os ataques de 7 de outubro foram uma represália pelo assassinato do poderoso general iraniano Qasem Soleimani por um drone dos Estados Unidos em janeiro de 2020.


"Negamos o que foi dito sobre a operação e seus motivos. Ressaltamos diversas vezes as razões, sendo que a principal delas foi a ameaça à mesquita de Al-Aqsa.Todas as respostas da resistência palestina são uma reação à ocupação e à agressão ao povo palestino e aos lugares sagrados", disse o Hamas em um comunicado.



Comunicações


As linhas telefônicas e os serviços de internet começaram a ser gradualmente restabelecidos na Faixa de Gaza, após um blecaute nas comunicações iniciado na terça-feira.


"Estamos felizes em comunicar a gradual retomada dos serviços de telecomunicações no centro e no sul da Faixa de Gaza, após um blecaute causado pela agressão", disse a empresa palestina de telecom Paltel.


Essa foi a quarta interrupção nas comunicações no enclave desde o início do atual conflito entre Israel e Hamas.



Erdogan


O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, comparou o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, ao líder nazista alemão Adolf Hitler, que liderou o maior massacre de judeus da história da humanidade.


– Aquilo que Netanyahu faz não é menos do que aquilo que Hitler fez – disse o mandatário turco nesta quarta-feira, durante uma cerimônia em Ancara, ao comentar os ataques israelenses na Faixa de Gaza.


– A Alemanha continua a pagar o preço de Hitler, por isso não levanta sua voz – acrescentou Erdogan.


Netanyahu não deixou por menos e acusou o líder turco de "cometer um genocídio contra os curdos" e de "bater o recorde mundial de prisões de jornalistas contrários ao regime". "Nosso exército é o mais moral no mundo e combate e elimina a organização terrorista mais cruel no mundo", salientou.


Erdogan já havia feito comparação semelhante em 2018, ao dizer que não existia diferença entre a "obsessão de Hitler com uma raça ariana" e a visão de que Israel pertence "exclusivamente aos judeus".


Na ocasião, Netanyahu acusou o presidente de transformar a Turquia em uma "ditadura sombria" e de promover massacres contra curdos.



Itália


O ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, afirmou nesta quarta-feira que a reação de Israel ao Hamas precisa ser "proporcional" e que há muitas vítimas civis em Gaza, mas acusou o grupo fundamentalista islâmico de usar a população para conseguir apoio.


Em entrevista à imprensa local, Tajani também defendeu a solução dos dois Estados, "naturalmente com o Hamas fora da Faixa de Gaza". "A bússola deve ser uma reação proporcional, atingir o Hamas, mandar o Hamas para fora de Gaza e alcançar a paz, talvez com o interregno de uma presença das Nações Unidas no território", declarou o ministro das Relações Exteriores.


– Há muitos civis palestinos mortos, mas também é verdade que o Hamas usa a população civil para provocar uma reação no mundo árabe. Sempre dissemos a nossos amigos israelenses que é preciso ter uma reação proporcional – reforçou Tajani.




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