As autoridades peruanas sustentam que os remanescentes do Sendero Luminoso atuam em conivência com os traficantes de drogas da região.
Por Redação, com agências internacionais - de Lima
Militares do Peru e os remanescentes do grupo armado Sendero Luminoso travaram um segundo confronto com fogo cruzado, a menos de 24 horas do anterior. Em comunicado, o Comando Conjunto das Forças Armadas informou que não foram registrados feridos.
Segundo a agência espanhola de notícias Efe, o confronto ocorreu nas proximidades da comunidade de Puerto San Antonio, situada na província de Tayacaja, na região de Huancavelica (centro do país). O local fica dentro da região conhecida como Vale dos Rios Apurímac, Ene e Mantaro (VRAEM), a maior bacia cocaleira do Peru. O local está sob controle militar constante, por hospedar os últimos remanescentes do grupo guerrilheiro.
Após o combate, as patrulhas da 31ª brigada de infantaria do Comando Especial do VRAEM encontraram um fuzil AKM. Junto com a arma havia dois carregadores que continham 25 cartuchos; nove granadas de mão e 280 cartuchos de calibre 5,56 mm.
Cocaína
O VRAEM, composto por 46 municípios de cinco regiões diferentes, é uma zona extensa da vertente oriental dos Andes peruanos. Uma região coberta em grande parte por uma selva frondosa. É de onde se originam 70% das 400 toneladas de cocaína que o Peru produz por ano, segundo estimativas oficiais.
As autoridades peruanas sustentam que os remanescentes do Sendero Luminoso atuam em conivência com os traficantes de drogas da região, a quem supostamente dão segurança em troca de financiamento.
O Sendero Luminoso foi fundado por Abimael Guzmán com o objetivo de replicar no Peru a revolução chinesa de Mao Tsé-tung. A violência e o terrorismo são as principais ações táticas. O grupo é o principal responsável dos cerca de 69 mil mortos no conflito interno ocorrido no Peru entre 1980 e 2000. Os cálculos são da Comissão da Verdade e da Reconciliação do país.