Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2025

Grupamento policial ataca sem-terra desarmados em Goiás

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Sexta, 26 de Janeiro de 2007 às 10:56, por: CdB

Cerca de 80 policiais invadiram de forma violenta acampamento de 600 famílias do MST na Fazenda Sete Rios, no município de Flores de Goiás (distrito de Santa Maria), em Goiás, na manhã desta sexta-feira.

- Os policiais chegaram em 13 viaturas, arrastaram o portão e atiraram para todos os lados - contou um manifestante.
 
Os homens, mulheres e crianças foram surpreendidos e tentaram fugir da violência policial. Esse acampamento é originario de outra fazenda que foi desocupada de madrugada, os lavradores saíram da fazenda Ilha Bela (a 20 km de distância), ocupada desde sábado, para evitar confrontos com a polícia, com a ordem de despejo. Eles formaram, então, esse novo acampamento.

- Os policiais ávidos por violência, resolveram nao perder a viagem e foram se vingar nos sem-terra - disse.
 
O local do acampamento, a Fazenda Sete Rios, está em processo final de aquisição pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para se transformar em um assentamento de trabalhadores rurais. Não pesa, até agora, qualquer pedido de despejo, "mas a policia agiu por conta propria, revelando sua sanha prepotente de se julgar acima da lei", continuou o sem-terra agredido. 

Contexto
 
O MST pede a desapropriação da fazenda Ilha Bela, de aproximadamente 3,7 mil hectares, que está abandonada e improdutiva. Nesta quinta-feira, foi realizada audiência do MST com representantes do Incra, da  Superintendência Regional do Distrito Federal e Entorno, da Gerência Regional de Patrimônio da União (GRPU), da Ouvidoria Agrária e o promotor da cidade goiana de Alvorada do Norte.
 
Além da desapropriação da fazenda para assentamento, as famílias exigem do governo federal o cumprimento dos acordos em relação à pauta de negociação, que vem sendo discutida há mais de três anos com o Incra. Até agora, o órgão não tomou nenhuma atitude concreta para o avanço da reforma Agrária na região. Há 2.000 famílias acampadas há mais de três anos na luta pela desapropriação de áreas para assentamento na região.

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